“O Homem e Seu Tempo: a Bahia de Hansen” será aberta no dia 17 de dezembro, às 18h, na sede da Fundação Hansen Bahia. Exposição comemora reabertura da sede em Cachoeira.
Criar laços com as artes contemporâneas, com o mercado de artes e estabelecer cooperação com entidades internacionais. São esses os novos desafios da Fundação Hansen Bahia que dá início a uma nova gestão institucional em parceria com a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Para marcar a nova “primavera”, a Hansen ganhou marca nova criada pelo publicitário João Silva e reabre sua sede na cidade de Cachoeira.
A exposição “O Homem e Seu Tempo: a Bahia de Hansen” será aberta no dia 17 de dezembro com programação que começa às 14h, com palestra do professor Dilson Midlej e de Evandro Sybine. Depois da apresentação de manifestações culturais às 17h, a ABERTURA da exposição será às 18h. O evento acontece na sede da Fundação Hansen Bahia, em Cachoeira.
“Passamos um tempo colaborando para redesenhar essa modelagem e a parceria com a UFRB está sendo fundamental. A Fundação Hansen tem um potencial de articulação internacional que não estava em prática. Com o novo desenho, a obra de Hansen continuará sendo importante para a população local e vai conectar o Recôncavo com o mundo”, explica o secretário de Cultura do Estado da Bahia, Márcio Meirelles, que também preside o Conselho Curador da Fundação.
A exposição “O Homem e Seu Tempo: a Bahia de Hansen” apresenta 40 obras que retratam a Bahia dos anos 50, com temas como religiosidade, Centro Histórico de Salvador, festas populares e atividades econômicas. ”A Bahia de Hansen, aborda e investiga temas sempre com um horizonte critico, são prostitutas, pescadores, homens e mulheres do povo, vaqueiros e cenas religiosas vistos em sua condição existencial”, explica Ayrson Heráclito, artista visual, curador e professor da UFRB/CAHL, em texto sobre o projeto.
Hansen Bahia - O período de iniciação artística de Hansen Bahia coincidiu com o desenvolvimento da gravura alemã e com o começo de vários movimentos artísticos importantes na Europa, a exemplo do expressionismo. Autodidata na técnica que lhe garantiu sucesso internacional, Hansen talhava a madeira com precisão e perfeição partilhada por poucos.
Em 1950, deixou a Alemanha e veio conhecer o Brasil. Em São Paulo, trabalhou como artista gráfico. Cinco anos mais tarde, mudou-se para a Bahia, onde viveu e produziu intensamente. A paixão pelo estado fez com que o gravador, depois de conquistar reconhecimento internacional, incorporasse o nome da terra e assumisse a assinatura Hansen Bahia.
Amante da nova terra, Hansen não se contentou apenas em naturalizar-se brasileiro. Doou à Bahia as obras relevantes do seu acervo e criou a Fundação Hansen Bahia, através de testamento, em abril de 1976. Apenas dois meses depois de inaugurar a primeira sede da fundação, o artista faleceu no dia 14 de junho de 1978, deixando para o estado o seu legado mais valioso: um enorme acervo de obras de arte e trinta livros publicados.
O publicitário João Silva, que criou a nova marca da Fundação Hansen, explica se inspirou na assinatura do próprio artista. “Revisitei toda a obra de Hansen e sua técnica. Além disso, o grande desafio era criar uma marca que tivesse um único elemento, em se tratando de nome composto. Valorizamos o nome Bahia, que além de ser a terra que o artista escolheu para viver, também passou a ser o seu nome”, explica Silva.
Fundação Hansen Bahia - A Fundação e Museu Hansen Bahia, entidade cultural de direito privado com sede na cidade de Cachoeira, região do Recôncavo baiano, e que tem o nome do artista alemão Karl Heinz Hansen (1915–1978), foi criada na década de 1970, e se propõe a divulgar e promover as 13 mil peças do acervo do artista e da sua esposa Hilse Hansen. A Fundação é uma das 13 instituições de caráter privado que recebe recursos do Fundo de Cultura através do Programa de Apoio às Ações Continuadas de Instituições Culturais da Bahia. A Bahia é o único estado brasileiro que construiu um programa de apoio.