sábado, 21 de julho de 2007

A Bahia está de luto

Negar a importancia de ACM para a história política do Brasil seria muita bobagem. A Bahia parou com a sua morte, nesta-sexta-feira no InCor, em São Paulo. Personalidades importantes e pessoas do povo ainda estão velando o seu corpo no Palácio da Aclamação, em Salvador. Local em que ele protagonizou alguns atos da sua vida pública. ACM, o aliado da Ditadura Militar, foi o mesmo que cedeu o Centro de Convenções da Bahia ainda em fase de construção para a realização do Congresso de reabertura da UNE- União Nacional do Estudantes em Salvador, nos suspiros do governo de excessão que baniu que fechou a entidade, perseguiu e matou seus líderes.
Trabalhei no Jornal Correio da Bahia de propriedade da família de ACM quando ele perdeu o governo da Bahia, com Josaphá Marinho para o Waldir Pires. Naqueles dias, o clime era de muita tensão no jornal. Para agrvar ainda mais a situação, a filha de ACm, Ana Lúcia Magalhães, que assumia um cargo na direção do jornal, comete suicidio. Com a morte de Tancredo Neves, eu ainda trabalhava no Correio da Bahia, assume o seu vice José Sarney que por sua vez, nomeia ACM como Ministro das Comunicações. Foram dias duros para os jornalistas do Correio da Bahia. De Brasília, sempre por volta das 20 horas, ACM ligava para os editores de política. Todos se reunião em torno do telefone, "o homem queria saber qual era a manchete do jornal". Quantas vezes a manchete não foi mudada. ACM queria mostrar para os seus adversários políticos a sua influencia e o seu poder. O então ministro também mandava as pautas de Braília. Nesta mesma época trabalhava comigo no Correio da Bahia, o jornalista Edson Santana, que sabe de todos esses fatos.