A prefeitura de Cachoeira decidiu disciplinar o comércio ambulante de confecções no centro da cidade. O que está dando muito pano para manga. A medida mais radical foi determinar um dia(quarta-feira) , apenas, para a instalação de barracas de confecções de camelôs de outras cidades. Ultimamente, os camelôs de outras cidades praticamente comercializavam seus produtos(calçolas, califons, vestidos, blusas, sais, calças, etc) quase todos os dias. A concorrência não estava agradando aos camelôs cachoeiranos. Mas não não é só isto. A presença de um grande número de barracas num espaço pequeno estava provocando grandes transtornos na área da feira-livre, uma das maiores da região: engarrafamento do trânsito, espaços apertados para circulação de consumidores na área da feira. Uma verdadeira balbúrdia, ,principalmente aos sábados quando são realizadas as feiras-livres da cidade. A prefeitura vinha tentando disciplinar o comércio ambulante já há algum tempo, sem êxito. Tentou transferir as barracas de roupas para a laje construída equivocadamente sobre o Riacho Pitanga. Os camelôs resistiram. Na quarta-feira passada, um decreto assinado pelo prefeito Tato Pereira surpreendeu os camelôs: "instalação de barracas de ambulantes de outras cidades só ás quartas-feiras". Foi o maior bafafá. Madames consumidoras da boutique camelo, desmaiando e excomungando o prefeito, políticos oportunistas querendo tirar proveito da situação. A vizinha cidade de São Félix decidiu receber os camelôs. Foi uma festa. As barracas foram instaladas na Avenida Salvador Pinto, nas imediações do Centro Cultural Dannemann. Resta saber se a prefeitura de São Félix vai permitir que os barraqueiros perneçam no local todos os dias, como queriam fazer em Cachoeira. No mais, tudo é festa e motivo de futrica. O episódio já ganhou até uma denominação: " a guerra das calçolas". Eu até já me acostumei com a mudança. Atravessei a Ponte D. Pedro II e foi escolher os meus modelitos extra-grande para as festas de final de ano no camelódromo de São Félix.