A possibilidade de Fernando Antônio da Silva Pereira (PMDB) atual prefeito do município de Cachoeira, no Recôncavo baiano, a 110 km de Salvador, não obter registro de sua candidatura para concorrer à reeleição, conforme foi divulgado, ontem, provocou um clima de revolta e muita indignação entre grande parte da população local. Fernando Antônio da Silva Pereira,- que foi eleito para prefeito em 2004 pelo extinto PFL, depois de ter cumprido quatro anos, o mandato de vereador- goza de um grande prestígio político junto a todos os segmentos da comunidade cachoeirana. O assunto, ontem, foi tema das conversas nos tradicionais pontos de encontro da população. Até mesmo, a festa do São João que se aproxima e que tanto mobiliza os cachoeiranos, ficou em segundo plano. Nas emissoras de rádio local, o tema foi manchete principal dos programas dedicados à política.
Os aliados do prefeito assumiram uma postura discreta e optaram por não fazer declarações, aguardando o desfecho dos fatos. Na prefeitura de Cachoeira, o expediente foi normal, com todos os servidores, assessores e secretários cumprindo suas respectivas rotinas. O prefeito Fernando Antônio da Silva Pereira junto com um grupo de correligionários viajou para Salvador logo cedo para se reunir com Lúcio Vieira Lima, presidente estadual do PMDB.
A dona de casa e diarista Maria Vilma Nogueira da Silva, 37 anos, moradora da Rua da Paz, no bairro Nova Esperança, eleitora declarada do atual prefeito, acha que "tudo não passa de um golpe articulado por adversários". No seu entender, os adversários do prefeito "armaram um esquema político para prejudicá-lo porque sabem que ele ganha novamente a eleição". "Se esta covardia vingar, eu e todos os meus parentes vamos votar no candidato que o prefeito apoiar", afirmou. "Acredito que tudo isso não vai dar em nada. A política muda a todo instante como tudo no universo", filosofa sobre a reviravolta na política cachoeirana, o estudante cachoeirano de Museologia da Universidade Federal da Bahia, Ray Pereira, 33 anos.
Esta determinação também é compartilhada pelo biscateiro Antônio Crispim Dias, 32 anos, casado, pai de três filhos e morador do bairro Novo Rumo. "Não adianta nada. Eu só voto nele (no prefeito) ou no candidato que ele apoiar. Só se não der certo de jeito nenhum, a candidatura dele", pondera. O pré-vestibulando Leandro Farias Mascarenhas, 18 anos, residente no bairro de Cucuí de São Cosme e São Damião, acha que a situação será revertida a favor de Fernando Antônio da Silva Pereira (PMDB). "Ainda há tempo e condições de se encontrar uma solução favorável para o prefeito. Outros políticos também já devem ter enfrentado situação como esta", avaliou estudante.