sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A SEGUNDA EDIÇÃO DO CACHOEIRADOC CONSOLIDA A REALIZAÇÃO DE FESTIVAIS NO RECÔNCAVO BAIANO


Cachoeira, no Recôncavo Baiano, se consolida como a primeira cidade do
interior baiano a realizar um festival de documentários com o II
CachoeiraDoc – Festival de Documentário de Cachoeira, que acontecerá de 07
a 11 de dezembro. Na abertura será exibido o documentário Marighella, de
Isa Grinspum Ferraz, às 20 horas, na Praça D’Ajuda, com a presença da
família de Carlos Marighella, que fará uma homenagem ao centenário do
revolucionário baiano que foi morto pela ditadura militar. Durante os 05
dias de festival serão exibidos 47 filmes, entre longas, médias e
curtas-metragens, reunidos na Mostra Competitiva Nacional, Mostra
Competitiva Bahia, Mostra Agnès Varda, Mostra de Documentários
Experimentais, e duas Sessões Especiais com o documentário Bahêa Minha
Vida. Além disso, ocorrerão Oficinas, Ciclo de Conferências, Intervenções
Multimídias e Shows. Mais informações no www.cachoeiradoc.com.br.

No encerramento, os espaços arquitetônicos no Largo D'Ajuda receberão uma
intervenção multimídia chamada Mapping CachoeiraDoc, que criará uma
performance visual com o filme O Homem com a câmera(1929), de Dziga
Vertov, e fragmentos de vídeos realizados por alunos do curso de cinema. A
intervenção faz parte das ações do Coletivo Zooia, criado por alunos do
Centro de Artes Humanidades e Letras com objetivo de realizar práticas de
projeções, mappings e interatividade audiovisuais no Recôncavo da Bahia.

Entre os 04 longas da Mostra Competitiva Nacional estão os premiados O Céu
sobre os ombros, do mineiro Sérgio Borges, que ganhou melhor filme, melhor
direção, melhor montagem, melhor roteiro e o prêmio especial do júri para
o elenco na edição de 2010 do Festival de Brasília; e Avenida Brasília
Formosa, do pernambucano Gabriel Mascaro, prêmio de melhor documentário no
Festival Cine Las Américas (Austin, EUA). Ao prêmio de melhor
curta-metragem concorrem 24 filmes, entre eles, os premiados Praça Walt
Disney, dos pernambucanos Renata Pinheiro e Sergio Oliveira, grande prêmio
curta cinema 2011; A poeira e o vento, do mineiro Marcos Pimentel,
vencedor do É tudo verdade em 2011, na categoria de curta-metragem; A Dama
do Peixoto, dos cariocas Douglas Soares e Allan Ribeiro, melhor
documentário no 9º. Curta Santos; e Meia Hora com Darcy, do carioca
Roberto Berliner, menção honrosa no É Tudo Verdade 2011. A produção baiana
de documentários está presente na Mostra Competitiva Nacional com 04
filmes de curta-metragem e na Mostra Competitiva Bahia com 05
curtas-metragens.
A Mostra Agnès Varda traz 07 filmes da diretora franco-belga, precursora
da Nouvelle Vague, movimento francês que surgiu no início dos anos 60. A
cineasta, uma das documentaristas mais inventivas da história do cinema
mundial, trouxe para o documentário um olhar intimista e subjetivo que
poderá ser visto em alguns filmes exibidos na mostra, como
As praias de Agnès, que apresenta sua auto-biografia documental, onde ela
revisita seu passado, da infância aos dias atuais, passando por seu
período como fotógrafa, o casamento com Jacques Demy, o feminismo, as
viagens, a família e os filmes; Daguerreótipos, um documento modesto e
local sobre a rua Daguerre, pitoresca rua do 14° distrito de Paris, onde
mora até hoje Varda, um olhar atento sobre a maioria silenciosa, um álbum
de bairro; A Ópera-Mouffe, que é o bloco de notas de uma mulher grávida,
no contexto de um documentário sobre a rua Mouffetard, em Paris, apelidada
“la Mouffe”. É um documentário subjetivo, com fotografia de Sacha Vierny e
música de Georges Delerue.
Experimentação de linguagem e novos métodos de produção cinematográfica
são características presentes em documentários feitos por alguns artistas
brasileiros que estão na Mostra Documentários Experimentais. Entre eles,
estão os premiados cineastas baianos Marcondes Dourado e Caetano Dias,
com, respectivamente, Ogodô Ano 2000, uma radiografia do carnaval gay de
Salvador, gravado na quarta-feira de Cinzas, e O Mundo de Janiele, no
qual, numa tarde de sol, uma menina brinca de bambolê sobre uma laje de um
bairro da periferia, enquanto o mundo gira ao redor dela; e Jean-Claude
Bernardet, um dos maiores pensadores do documentário brasileiro, com São
Paulo, Sinfonia e Cacofonia, que faz uma colagem de aproximadamente 100
filmes onde a cidade de São Paulo é a protagonista. São 07 filmes que
efetuam um registro desafiador dos pressupostos do documentário
convencional.
O CachoeiraDoc realizará duas oficinas, com inscrições gratuitas, para
profissionais e estudantes, que buscam um aprofundamento da prática e
reflexão estética. A oficina O Som no Documentário será ministrada por
Nicolas Hallet e Simone Dourado, diretores e técnicos de som, e terá no
seu conteúdo captação de áudio em meios interno e externo, trabalho com a
acústica do lugar, uso dos microfones adaptados, revisão e organização do
material captado, passagem do analógico para o digital, do digital para a
ilha de edição, sincronização. Com 20 vagas, a oficina acontecerá de 06 a
10/12, no CAHL/UFRB , das 8h às 13h, e os interessados têm que se
pré-inscrever através do site www.cachoeiradoc.com.br. A oficina de Web
Documentário será realizada pelos membros do Grupo de Estudos e Práticas
do Documentário da UFRB e é voltada para alunos de ensino médio, de 16 a
19 anos, que serão introduzidos à linguagem audiovisual e à realização de
conteúdos documentais a serem veiculados pela internet.
O CachoeiraDoc também promove uma reflexão rigorosa sobre o cinema, com
enfoque no documentário, através do ciclo de conferências “O Cinema e os
Desafios do Real”, que traz importantes profissionais e pesquisadores do
cinema documental, como Consuelo Lins, professora pesquisadora da Escola
de Comunicação da UFRJ, autora dos livros “Filmar o real” e “ O
documentário de Eduardo Coutinho”; Carla Maia, uma das organizadoras do
Forumdoc.bh, um dos maiores festivais de documentários do Brasil; e Ute
Fendler, professora e pesquisadora da Universidade de Bayreuth (Alemanha),
entre outros. Entre os temas debatidos estão: Documentário: arte e
técnica, Documentário e Arte Contemporânea, O Feminino no Documentário
Contemporâneo, Notas sobre Cinema Universitário - produção, mercado e
distribuição e Filme em Moçambique: curadoria, festivais e temáticas.
Na abertura, a festa continua depois da exibição do filme Marighella, com
o show da Banda Escola Pública. Formado há dois anos por alunos da UFRB, o
grupo já emplacou seu primeiro videoclipe com a música “Socorro, Meu Deus”
na programação da MTV. A banda está iniciando o processo de gravação do
seu primeiro disco.
No dia 11 de dezembro, os torcedores do Bahia irão assistir ao
documentário "Bahêa Minha Vida", de Marcio Cavalcante, que resgata a
história do Esporte Clube Bahia a partir do ponto de vista dos seus
torcedores, famosos ou não. O filme será exibido em duas sessões, às 11h e
às 17h, com a presença do diretor, que conversará com o público.

O II CachoeiraDoc - Festival de Documentário de Cachoeira acontecerá no
Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia (UFRB), e,é patrocinado pela Secretaria de Cultura do
Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, e realizado pelo Curso de
Cinema e Audiovisual da UFRB, Grupo de Estudos e Práticas em Documentário
e Ritos Produções.