Herança deixada pelos escravos africanos, a capoeira que hoje é reconhecida mundialmente como esporte, dança, manifestação artística, acaba de se tornar Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, a partir da reunião do Conselho do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), realizada no dia 15 de julho, no Palácio Rio Branco. O inventário para o registro do esporte como um bem cultural do país foi uma iniciativa do Iphan e é resultado de uma ampla pesquisa realizada nos últimos dois anos para a produção de conhecimento e documentação sobre esse bem imaterial. Uma vez registrado o bem, será possível elaborar projetos e políticas públicas que envolvam ações necessárias à preservação dessa manifestação. Para Javier Alfaya, o reconhecimento é merecido e necessário. “A capoeira é um dos símbolos da cultura da Bahia e esse registro permitirá que os poderes públicos lidem com ela de uma maneira mais completa, além de oferecer aos seus profissionais respaldo legal”, destaca. A inclusão no patrimônio cultural do Brasil assegura os direitos dos profissionais da arte. Os mestres terão plano de previdência especial, será estabelecido um programa de incentivo da capoeira no mundo e criado um Centro Nacional de Referência da Capoeira, além do plano de manejo da biriba, madeira utilizada na fabricação do instrumento principal da capoeira.