segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Gegê Nagô vai fazer show na África

Foi em meio aos ritmos da Irmandade da Boa Morte e dos ritos, sabores e odores que emanam da velha Cachoeira histórica que surgiu o Gêge Nagô. Herdeiros da tradição africana percorrem o caminho da musicalidade dos lendários e saudosos Tincõas que entre as décadas de sessenta e oitenta, foram responsáveis por uma das mais originais produções sonoras, fruto da música colhida nos coros da Igreja Matriz e nos cânticos dos terreiros de candomblé.

Um coral africano. É com esse estilo que se assemelha o grupo Gêge Nagô, que recria o estilo musical afrobarroco, difundido por Mateus Aleluia, ex-integrante dos Tincoãs. O seu primeiro CD (Gêge Nagô – Musiroots) traduz os cantos e ritmos das senzalas em seus momentos de folguedo (sambas-de-roda) e também em seus momentos ritualísticos (candomblé), deixando à mostra os cantos oriundos do compêndio de música católica e do popular domínio cristão, pondo dentro do entendimento espontâneo sacro profano popular da Bahia, todo um sincretismo cultural religioso, revelado de maneira brilhante em suas músicas.

O Grupo Gêge Nagô, que em cinco anos de existência tem um vasto currículo de apresentações em eventos culturais, tradicionais e religiosos tanto em sua cidade de origem como em todo território brasileiro, já tem proposta de show fora do país: comporá a delegação baiana no III Festival Mundial de Artes Negras em Dakar, no Senegal, de onde segue em turnê africana com o show “Origens”. Depois de abrir o 2º Fórum Caravana do Esporte e da Música ESPN, em Aracaju, no último dia 6, participa da cerimônia de assinatura do Estatuto da Igualdade Racial pelo Presidente Lula, dia 20, Dia da Consciência Negra, às 20h, no Largo do Pelourinho em Salvador e se prepara para estar novamente no Carnaval de Salvador, desta vez num trio com convidados.