*O último relatório do IBGE, que analisou os gastos de saúde em 2005, mostrou que o gasto total em saúde foi de R$ 160 bilhões. Quando se separa o que foi gasto pelos governos e o que foi gasto pelas famílias, fica-se perplexo. Os governos gastaram só 38% e as famílias, 62%. Isso significa que quem banca a saúde pública no Brasil são as famílias. É gasto direto - despesas com medicamentos, exames, consultas. Todos os países do mundo com sistema de saúde com os mesmos princípios brasileiro, como, por exemplo, a Inglaterra e o Canadá, têm uma participação do gasto público no gasto total de cerca de 80% - exatamente o inverso do Brasil. Isso significa que temos que gastar mais recursos públicos em saúde no Brasil. Daí a importância da regulamentação da emenda 29 e da criação da CSS (Contribuição Social par a Saúde). Em dezembro do ano passado, perdemos uma oportunidade histórica quando fomos derrotados na questão da CPMF no Senado. Se mantida, estaríamos hoje em uma situação razoavelmente confortável na área de saúde. Com o término da CPMF, o governo se viu obrigado a pensar em outras alternativas. * Ministro da Saúde, José Gomes Temporão.