O que deveria ser uma reunião para esclarecimentos por parte da direção da Multiner, empresa vencedora na licitação pública realizada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), para a construção de duas usinas termoelétricas em áreas do município de Sapeaçu (distante 156 km de Salvador) no Recôncavo baiano, quarta-feira(28), por pouco, não acabou em brigas entre os participantes. Vaias, insultos e bate-boca entre os ativistas do Movimento Termoelétricas Jamais em Sapeaçu e os partidários da implantação das usinas, marcaram a tumultuada reunião realizada no Ginásio de Esportes da cidade. Cerca de 700 pessoas lotou as dependências do Ginásio de Esportes para ouvir a explanação do presidente da Multiner, o engenheiro Jorge Boueri, sobre os projetos e funcionamento das usinas, cujas obras chegaram a ser iniciadas, mas foram suspensas, pois estavam sendo construídas sem as devidas licenças ambientais dos órgãos responsáveis.
Os integrantes do movimento contrário à instalação das usinas, manifestavam a todo instante suas preocupações com relação aos possíveis impactos ambientais que o funcionamentos das unidades poderão causar. “Isso é uma verdadeira pamonha que querem jogar aqui em Sapeaçu”, desabafou o pequeno produtor rural Virgílio Souza, de 75 anos, dono de proprietário de terras no povoado de Laranjeira, próximo a Jenipapo, local escolhido pela Multiner para a construção das termoelétricas. “Não querermos esse tipo de desenvolvimento para o Recôncavo”, protestou a comerciante Valcira Costa dos Santos, 29.
Estudantes, aposentados, ambientalistas, donas de casa, pequenos produtores rurais, comerciantes e um grande número de funcionários da prefeitura municipal de Sapeaçu - que teriam sido dispensados do trabalho para comparecer à reunião, de acordo com uma servidora da Secretaria de Saúde, que não quis se identificar - compuseram o público do agitado encontro. A reunião foi promovida por solicitação dos membros do Conselho Estadual do Meio Ambiente – Cepram que no próximo dia 6 de novembro irá se reunir em Salvador para deliberar sobre a licença ambiental para a implantação das usinas, cujo projeto já recebeu parecer contrário do IMA(Instituto do Meio Ambiente), órgão de fiscalização e defesa do meio ambiente do Estado da Bahia. Representantes do Movimento Termoelétricas Jamais em Sapeaçu prometem levar dez ônibus lotados de manifestantes para acompanhar a reunião de Cepram. Três representantes do Conselho Estadual do Meio Ambiente participaram da reunião.
“O Cepram pode concordar ou não com o parecer do IMA”, explicou o conselheiro Emídio Souza Barreto Neto, representante do Grupo Ecológico Humanista Papamel. Ainda segundo, o conselheiro, a reunião de ontem foi convocada para maiores esclarecimentos por parte da Multiner sobre informações das emissões atmosféricas, cálculos de dispersão de gases e proximidade das construções com residências, pontos destacados no parecer do IMA. O presidente da Multiner, Jorge Boueri, por sua vez, de forma didática, defendeu o projeto da empresa, com dados sobre as ações do setor elétrico no Brasil, ressaltando a importância dos empreendimentos para o desenvolvimento do País. Também enfatizou o uso da tecnologia avançada nas termoelétricas, “de acordo com os requisitos de controle e acompanhamento para manter a qualidade do meio ambiente”. Para tentar acalmar os ânimos dos mais exaltados contrários à instalação das termoelétricas no município, Boueri explicou que não há a possibilidade da entrada em operação das usinas nos próximos cinco anos “porque os lagos das hidrelétricas estão cheios e não houve o crescimento esperado da produção industrial para a utilização da energia das termoelétricas”.
O engenheiro de cálculos ambiental, Sílvio de Oliveira, consultor da Multner, em sua explanação disse que o município de Sapeaçu possui suporte atmosférico capaz de suportar a dispersão de gases que deverão ser lançados quando as usinas estiverem em funcionamento. O presidente do Movimento Termoelétricas Jamais em Sapeaçu, o pós-doutor em Química e professor universitário, Sílvanildo da Silva Borges, questionou as informações dos dois representantes da Multiner. Inconformado com as informações prestadas, ele disse que “o tempo da reunião foi muito curto para esclarecimentos sobre um assunto que pode trazer danos irreversíveis para o homem e para o meio ambiente”, queixou-se. “Os impactos socioambientais poderão atingir toda região próxima e não apenas Sapeaçu”, alertou o ativista. O vereador Durval Lago (PP), representante do governo municipal na Câmara se disse favorável à implantação das usinas e justificou que a sua maior preocupação e da atual administração “é com a geração de emprego renda para a população”. Ele foi vaiado pelos integrantes do Movimento Termoeelétricas Jamais em Sapeaçu e retrucou chamando os manifestantes de “jacus”, sob aplausos dos funcionários da prefeitura.
As duas usinas termoelétricas de Sapeaçu integram a relação das obras do PAC (Plano de Aceleração) do Governo Federal no Recôncavo baiano. A Multiner S.A que foi a vencedora da licitação pública para a construção de termoelétricas localizadas na Bahia, em antes da reunião distribuiu um folheto contendo informações que a maioria das pessoas presentes disseram que até então desconheciam. Segundo o texto, “o município foi escolhido por possuir uma subestação capaz de receber toda geração das Usinas Sapeaçu I e Sapeaçu II, por encontrar-se geograficamente mais próximo dos grandes centros consumidores (Salvador e Feira de Santana)”. Ainda conforme o folheto, a “escolha do local apresenta a melhor logística para entrega de combustível e equipamentos”.
O Ministério Público Federal (MPF) de Feira de Santana investiga por meio de inquérito civil possíveis impactos ambiental e sociológico devido a instalação das termoelétricas, na localidade de Jenipapo, a 2,5 Km da sede do município. No entorno moram 40 famílias. As usinas vão funcionar à base de óleo (OCB1), combustível segundo confirmou o presidente da Multiner, Jorge Boueri. Para evitar que as duas termoelétrica sejam construídas, o Movimento Termoelétricas Jamais em Sapeaçu, tem realizado diversas manifestações chamando a atenção da população dos riscos a que poderão estar expostos com o funcionamento das unidades.
Os integrantes do movimento contrário à instalação das usinas, manifestavam a todo instante suas preocupações com relação aos possíveis impactos ambientais que o funcionamentos das unidades poderão causar. “Isso é uma verdadeira pamonha que querem jogar aqui em Sapeaçu”, desabafou o pequeno produtor rural Virgílio Souza, de 75 anos, dono de proprietário de terras no povoado de Laranjeira, próximo a Jenipapo, local escolhido pela Multiner para a construção das termoelétricas. “Não querermos esse tipo de desenvolvimento para o Recôncavo”, protestou a comerciante Valcira Costa dos Santos, 29.
Estudantes, aposentados, ambientalistas, donas de casa, pequenos produtores rurais, comerciantes e um grande número de funcionários da prefeitura municipal de Sapeaçu - que teriam sido dispensados do trabalho para comparecer à reunião, de acordo com uma servidora da Secretaria de Saúde, que não quis se identificar - compuseram o público do agitado encontro. A reunião foi promovida por solicitação dos membros do Conselho Estadual do Meio Ambiente – Cepram que no próximo dia 6 de novembro irá se reunir em Salvador para deliberar sobre a licença ambiental para a implantação das usinas, cujo projeto já recebeu parecer contrário do IMA(Instituto do Meio Ambiente), órgão de fiscalização e defesa do meio ambiente do Estado da Bahia. Representantes do Movimento Termoelétricas Jamais em Sapeaçu prometem levar dez ônibus lotados de manifestantes para acompanhar a reunião de Cepram. Três representantes do Conselho Estadual do Meio Ambiente participaram da reunião.
“O Cepram pode concordar ou não com o parecer do IMA”, explicou o conselheiro Emídio Souza Barreto Neto, representante do Grupo Ecológico Humanista Papamel. Ainda segundo, o conselheiro, a reunião de ontem foi convocada para maiores esclarecimentos por parte da Multiner sobre informações das emissões atmosféricas, cálculos de dispersão de gases e proximidade das construções com residências, pontos destacados no parecer do IMA. O presidente da Multiner, Jorge Boueri, por sua vez, de forma didática, defendeu o projeto da empresa, com dados sobre as ações do setor elétrico no Brasil, ressaltando a importância dos empreendimentos para o desenvolvimento do País. Também enfatizou o uso da tecnologia avançada nas termoelétricas, “de acordo com os requisitos de controle e acompanhamento para manter a qualidade do meio ambiente”. Para tentar acalmar os ânimos dos mais exaltados contrários à instalação das termoelétricas no município, Boueri explicou que não há a possibilidade da entrada em operação das usinas nos próximos cinco anos “porque os lagos das hidrelétricas estão cheios e não houve o crescimento esperado da produção industrial para a utilização da energia das termoelétricas”.
O engenheiro de cálculos ambiental, Sílvio de Oliveira, consultor da Multner, em sua explanação disse que o município de Sapeaçu possui suporte atmosférico capaz de suportar a dispersão de gases que deverão ser lançados quando as usinas estiverem em funcionamento. O presidente do Movimento Termoelétricas Jamais em Sapeaçu, o pós-doutor em Química e professor universitário, Sílvanildo da Silva Borges, questionou as informações dos dois representantes da Multiner. Inconformado com as informações prestadas, ele disse que “o tempo da reunião foi muito curto para esclarecimentos sobre um assunto que pode trazer danos irreversíveis para o homem e para o meio ambiente”, queixou-se. “Os impactos socioambientais poderão atingir toda região próxima e não apenas Sapeaçu”, alertou o ativista. O vereador Durval Lago (PP), representante do governo municipal na Câmara se disse favorável à implantação das usinas e justificou que a sua maior preocupação e da atual administração “é com a geração de emprego renda para a população”. Ele foi vaiado pelos integrantes do Movimento Termoeelétricas Jamais em Sapeaçu e retrucou chamando os manifestantes de “jacus”, sob aplausos dos funcionários da prefeitura.
As duas usinas termoelétricas de Sapeaçu integram a relação das obras do PAC (Plano de Aceleração) do Governo Federal no Recôncavo baiano. A Multiner S.A que foi a vencedora da licitação pública para a construção de termoelétricas localizadas na Bahia, em antes da reunião distribuiu um folheto contendo informações que a maioria das pessoas presentes disseram que até então desconheciam. Segundo o texto, “o município foi escolhido por possuir uma subestação capaz de receber toda geração das Usinas Sapeaçu I e Sapeaçu II, por encontrar-se geograficamente mais próximo dos grandes centros consumidores (Salvador e Feira de Santana)”. Ainda conforme o folheto, a “escolha do local apresenta a melhor logística para entrega de combustível e equipamentos”.
O Ministério Público Federal (MPF) de Feira de Santana investiga por meio de inquérito civil possíveis impactos ambiental e sociológico devido a instalação das termoelétricas, na localidade de Jenipapo, a 2,5 Km da sede do município. No entorno moram 40 famílias. As usinas vão funcionar à base de óleo (OCB1), combustível segundo confirmou o presidente da Multiner, Jorge Boueri. Para evitar que as duas termoelétrica sejam construídas, o Movimento Termoelétricas Jamais em Sapeaçu, tem realizado diversas manifestações chamando a atenção da população dos riscos a que poderão estar expostos com o funcionamento das unidades.