Faltando menos de
um mês para a realização da tradicional festa de Yemanjá
, que será realizada no dia 3 de
fevereiro, a prefeitura municipal intensifica
os trabalhos de limpeza do Rio Paraguaçu, patrimônio natural e um dos
mais importantes cartões postais de
Cachoeira, cidade histórica do Recôncavo
baiano(distante 110 km de Salvador). Até
agora, segundo os prepostos da prefeitura que estão executando o serviço de
limpeza, já foram retiradas aproximadamente 60 toneladas
de lixo e entulho das
margens do Rio Paraguaçu no seu trajeto pela centro urbano, degradado ao longo dos
anos por
ações dos próprios moradores da
cidade. O lixo que está sendo retirado, revela
a grave situação em que se encontra o
trecho do Rio que banha
Cachoeira no centro da cidade.
São milhares de
garrafas plásticas,sacolas plásticas, palitos de picolé, carcaça de
animais, pontas de cigarro, calçados sintéticos e de couro, vasilhames de vidro, copos descartáveis, resto de material de construção, pedaços de
móveis e eletrodomésticos, brinquedos quebrados
e muitos cacos de cerâmica descartados no Paraguaçu pelos oleiros que anualmente participam da Feira do Porto
durante a festa de São João que acontece na cidade. “Esta é primeira grande
intervenção do poder público municipal para a limpeza do Paraguaçu nas últimas décadas”, assegura o
escultor cachoeirano Fory que comemora a iniciativa da prefeitura: “Já
vimos a restauração de nossos monumentos, agora é com muita alegria e esperança
que testemunhamos a limpeza do Rio
Paraguaçu. Espero que não pare por aí”, disse o artista.
A limpeza das margens do Rio Paraguaçu foi uma dos primeiras ações da
gestão do novo prefeito Carlos Menezes Pereira. O trabalho iniciado no segundo dia após a sua posse
ainda não tem prazo para terminar. “Vamos continuar trabalhando na limpeza
das margens do Paraguaçu até
deixá-las em condições ideais para
que a própria natureza se
recomponha”, disse o gestor.
Desenvolver
iniciativas para preservar o
patrimônio natural de Cachoeira, de
acordo com o prefeito , é um dos compromissos de seu governo. “Esse trabalho
será constante”, ele garante. Ele lembra
que para manter revitalizar o Paraguaçu é preciso ainda a
execução de um projeto de dragagem do leito, uma ação que necessita de grandes investimentos que só poderá ser executado em parceira do município com os governos federal e estadual. “O município
sozinho não tem condições de executar a dragagem do leito do rio, já ameaçado
em vários pontos de assoreamento”, admite o gestor municipal.
Segundo o
prefeito, as ações vão envolver , as
Secretarias de Obra, de Agricultura
e da Educação. “Não podemos implantar um programa de desenvolvimento
sustentável sem contemplar ações de
preservação da natureza em toda
extensão de nosso município”, justificou, acrescentando que “além da responsabilidade com a qualidade de vida da população, a
prefeitura precisa cuidar de todo patrimônio do município que possui um grande
potencial turístico”. Intensificar a limpeza pública e atuar para
combater a degradação de áreas do
patrimônio natural de Cachoeira, conforme
Carlos Pereira, são ações prioritárias
de sua gestão. “Não podemos falar em
turismo como vetor de desenvolvimento socioeconômico para a geração de emprego
e renda de nossa população, sem
cuidarmos adequadamente de nossos espaços urbanos e paisagísticos”, disse o prefeito.
Os trabalhadores da prefeitura começam a jornada logo cedo,
sob os olhares curiosos das pessoas que
se aglomeram no cais para acompanhar o
movimento das duas máquinas que estão sendo utilizadas na
missão de tentar devolver
ao Paraguaçu a sua margem livre
de tantos materiais nocivos ao seu
equilíbrio e curso normal. Como se não bastasse os riachos que alimentam
o Paraguaçu transformados em esgotos
fétidos e degradados, o Rio sofre também
com o represamento de suas águas
pelo Lago da Barragem de Pedra do Cavalo, onde funciona de uma usina hidrelétrica .
As montanhas de lixo
e a vegetação que cresceu na área entulhada do Paraguaçu revela como a natureza vem sendo tratada pelo homem. A
cada viagem da das máquinas
com resultado da operação de limpeza chama atenção dos populares. “É
muito lixo, é triste demais ver como
estava isso aqui”, comenta Antônio José
Silva(68), aposentado , que, como um fiscal do povo, chega cedo todos os dias para acompanhar
os trabalhos dos 25 homens da prefeitura
envolvidos no trabalho de limpeza das margens
do Rio Paraguaçu, além dos operadores da duas máquinas e dos
motoristas das caçambas que ao final da
tarde transportam todo material retirado
. O trabalho deve continuar pelos
próximos dias para o bem da natureza e
da qualidade de vida dos habitantes de Cachoeira.