Todos
os terreiros de candomblé e de outras religiões de matriz africana de
Cachoeira, cidade histórica do Recôncavo da Bahia(distante 110km de Salvador), estão
se preparando participar da festa de Yemanjá, considerada a maior manifestação pública coletiva de do povo de santo do interior do estado, domingo, dia 3 de fevereiro. A festa, que também reúne devotos de outros
municípios e da capital para reverenciar a Rainha das Águas, é considerada como
uma das mais importantes manifestações do calendário do turismo étnico
religioso de Cachoeira, assim com as celebrações anuais da secular Irmandade de
Nossa Senhora da Boa Morte, no mês de agosto.
A
programação da festa começa às
13h30min com a cerimônia do xirê, quando os devotos cantam e dançam em círculo para evocar
as divindades. Às 15 , saída do cortejo com os balaios
para serem depositados no
local conhecido como a Pedra da Baleia,
no meio do Rio Paraguaçu. Após a entrega das oferendas, estão previstas
apresentações com grupos culturais e um show de encerramento da festa com o
Gêge Nagô. Estão ano foram contratadas 15 embarcações, inclusive três saveiros
da cidade de Maragojipe, para conduzir
os fiéis
e os balaios,
A
manifestação que une devoção, alegria e confraternização, é promovida pela
Associação Cultural Yemanjá Ogunté (ACYO) formada por representantes de terreiros
de candomblé de Cachoeira, e conta com o apoio e patrocínio da prefeitura por
meio da Secretaria de Cultura e Turismo do município. Durante a festa, os
organizadores vão prestar uma homenagem especial à memória da Yalorixá Mãe
Madalena, morta em agosto do ano passado, uma das mais importantes
incentivadoras da celebração e da união de todas as casas de candomblé do
Recôncavo.
A
cada ano, o presente coletivo para Yemanjá vem atraindo um grande número de
fiéis como também de turistas de outros estados e de diversas nacionalidades. Para o prefeito de Cachoeira, Carlos Pereira,
o apoio e o incentivo da prefeitura têm o objetivo de estimular a preservação da
identidade religiosa e cultural da população. “Cachoeira é uma cidade
fortemente marcada pela rica influência cultural herdada pelos africanos que
foram trazidos à força da África para trabalhar nas lavouras de cana de açúcar.
A nossa gestão está empenhada em valorizar e respeitar todo esse legado”, ele enfatizou.