segunda-feira, 27 de julho de 2009

Ombusdsman critica reportagem da Folha sobre surto da gripe suína






No último domingo (26), o ombudsman da Folha de S.Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva publicou um artigo em que critica reportagem do jornal sobre o surto do vírus H1N1 no Brasil. Segundo ele, a matéria "Gripe pode afetar até 67 milhões de brasileiros em oito semanas", publicada em 19 de julho, caracteriza-se como "um dos mais graves erros jornalísticos cometidos por este jornal", desde que assumiu o cargo, em abril de 2008.

Lins relatou que a reportagem, assinada pelo articulista Helio Scwartsman, baseou-se de forma equivocada em um estudo matemático do Ministério da Saúde, datado de 2006, para levantar o possível número de contágios para o vírus Influenza nos próximos dois meses. No artigo, o ombudsman questiona alerta exposto pelo autor da matéria, que pede "cuidados" para não extrapolar os dados para o atual surto de H1N1.

"Ora, se era preciso cautela, por que o jornal foi tão imprudente?", escreveu Lins, citando ainda a opinião de um leitor, enviada ao veículo por carta. "Já que não tem base em nada nas circunstâncias atuais, qual a relevância de publicar algo que evidentemente só pode causar pânico numa população que já está abarrotando os postos de saúde por causa da gripe, quando os casos mal passam do milhar?" parafraseou o ombudsman.

Para Lins, a publicação da reportagem levou os leitores a questionar um possível contágio da gripe. Segundo ele, "quem estivesse febril com tosse ao abrir o jornal pode ter procurado assistência médica".

Ao final, o ombudsman ainda critica o veículo, por não ter admitido erro no embasamento da pesquisa. Lins afirma que, em resposta à solicitação do Ministério da Saúde, a Redação da Folha de S.Paulo considerou "adequada" a reportagem e que "informar a genealogia do estudo na chamada teria sido interessante, mas não era absolutamente essencial". (Portal IMPRENSA)