Não há mais vagas em pousadas e hotéis da cidade para período da festa.
Evento será realizado de 23 a 27 de outubro, no Recôncavo Baiano.
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Cida aluga um quarto com capacidade para três
pessoas em Cachoeira (Foto: Lílian Marques/ G1)
Moradora de Cachoeira
há 31 anos, a comerciante Maria Aparecida da Silva Santos usa um cômodo
da casa onde mora para hospedar visitantes da cidade no Recôncavo
Baiano. Eventos como a Festa Literária Internacional de Cachoeira
(Flica), que entra na 3ª edição esse ano, são aproveitados por ela para
ganhar uma renda extra.pessoas em Cachoeira (Foto: Lílian Marques/ G1)
De acordo com o secretário de Cultura de Turismo de Cachoeira, José Luiz Anunciação, a taxa de ocupação é de 100% durante a Flica. "Desde o dia 10 [de setembro] que não temos mais vagas. Fizemos campanha para quem quiser disponibilizar a casa para alugar", disse. Segundo o secretário, quem tiver interesse em alugar uma casa ou cômodo para se hospedar deve entrar em contato com o posto de informações turísticas da cidade.
Para Marcus Ferreira, um dos coordenadores da Flica, a expectativa é que o público desse ano supere o registrado no ano passado. "Esperamos, nas mesas, mais ou menos 5 mil a mais do que no ano passado. Em 2012 tivemos cerca de 4 mil pessoas nas mesas. Esse ano, esperamos - entre o público da mesas e o que vai circular na cidade - entre 15 a 20 mil pessoas, somando todos os dias", afirmou.
Conjunto do Carmo em Cachoeira
(Foto: Lílian Marques/ G1)
Cida, como é mais conhecida, é baiana de Irecê, cidade localizada no
norte do estado. Em Cachoeira, ela mora ao lado do Conjunto do Carmo,
onde a festa é realizada. O imóvel acaba sendo um ponto estratégico para
quem vai participar do evento.(Foto: Lílian Marques/ G1)
A comerciante, que é dona de uma casa de caldos no município, conta que teve a ideia de trabalhar como "casa hospedeira" após fazer um curso pelo Sebrae para aperfeiçoar os serviços nos estabelecimentos.
"No curso foi falado sobre o projeto Cama e Café, de hospedagem em casa, que já acontece nos Estados Unidos. O curso acabou em 2011 e fiquei com isso na cabeça. Observei que já fazia isso com os amigos. Se fazia a 0800, por que não fazer com mais graça", disse.
Foi aí que Cida começou a melhorar a estrutura do quarto que disponibiliza para hospedagem. A casa tem dois andares e o quarto dela fica na parte de cima. O cômodo que pode ser alugado fica na parte de baixo e tem acomodação para até três pessoas. Uma cama de casal, uma de solteiro, ar condicionado, armário, televisão pequena em led, frigobar e um banheiro privativo compõem o quarto.
Sala da casa de Cida, em Cachoeira
(Foto: Lílian Marques/ G1)
Atualmente, Cida faz o curso "Cama e Café", também pelo Sebrae. Ela
pretende ampliar o imóvel e o negócio sem deixar de lado a casa de
caldos. "Com o curso, cresci no meu estalecimento [Casa de Caldos] em 1
ano o que não tinha crescido em 20", afirmou.(Foto: Lílian Marques/ G1)
Além da acomodação, o hóspede tem direito a café da manhã com até 2 tipos de bolo, 2 tipos de pães, 2 sucos, café, leite, queijo e presunto, além de frutas e biscoitos. O valor da diária varia conforme o período do ano. "Na baixa estação [de fevereiro a maio], a diária para uma pessoa fica entre R$ 60 a R$ 80. Para duas fica entre R$ 120 e R$ 150, e para 3 pessoas na faixa de R$ 160 a R$ 170", informou.
Nos períodos das festas tradicionais da cidade, como Boa Morte, Nossa Senhora D'Ajuda, Festival de Jazz, eventos educacionais e a Flica, Cida prefere trabalhar com pacotes. O valor para 3 pessoas pode chegar a R$ 1 mil, em hospedagem para 4 ou 5 dias.
Quarto da casa de Cida, em Cachoeira
(Foto: Lílian Marques/ G1)
Por enquanto, Cida trabalha sozinha para receber os hóspedes, mas com a
expectativa de crescimento do investimento ela não descarta a
contratação de algum funcionário. Na casa de caldos ela trabalha à noite
e muitas vezes só retorna de madrugada. "Faço os caldos durante o dia e
quando tem hóspede, já chego e preparo logo o café da manhã", explicou.(Foto: Lílian Marques/ G1)
A comerciante comentou que Cachoeira passa por uma mudança importante e que tem sido referência para receber eventos de grande porte. Na opinião de Cida, a cidade precisa melhorar a estrutura dos serviços para atender melhor o público desses eventos. "Acho que Cachoeira precisa refazer seus conceitos, o comércio precisa se requalificar para receber um público mais diferenciado do que está acostumado a receber. É um público que quer no final de um evento, comer bem, beber bem, discutir os assuntos", disse.
Além dos hotéis e pousadas, Cachoeira também tem um Hotel Fazenda Vila Rial, que fica na zona rural da cidade. Ainda existem vagas no local e o pacote, com hospedagem de sexta-feira a domingo, custa R$ 600.