É crítica a situação do município de Cabaceiras do Paraguaçu, distante 160 km de Salvador, no Recôncavo baiano, onde não chove há mais de seis meses. Os moradores de grande parte das comunidades rurais já estão enfrentando dificuldades até mesmo para encontrar água para beber. Com pouca comida e sem água para beber, o gado está perdendo peso e morrendo no pasto. A longa estiagem arrasou as roças de milho, mandioca, feijão e outras culturas de subsistência plantadas pela maioria dos pequenos produtores. Cabaceiras do Paraguaçu é um dos municípios localizados na borda o lago da Barragem de Pedra do Cavalo e mesmo assim, sofre a falta de chuvas. Não há projetos de irrigação e um grande número de pessoas conta apenas com os sistemas de abastecimento de água de poços artesianos.
A poucos metros de distância da sede do município, fica visível o drama da população. A água para beber, em alguns locais só mesmo captados de um minadouro por meio de tubulação e armazenados em tanque de alvenaria e cimento. "Essa tem sido a minha luta de todos os dias para conseguir água para beber e tomar banho", contou o aposentado Antônio Pereira Santos, morador da comunidade do Jacarezinho, enquanto enchia um vasilhame de plástico. Esperar pacientemente que todas as vasilhas que transporta numa carroça fiquem cheias de água para molhar um a um os pés de limão da roça do patrão tem sido a rotina do trabalhador rural Antônio Conceição de Jesus. "A situação está muito difícil, com tudo seco por aí. Eu chego aqui às 6 horas da manhã e fico até quase o meio dia, para conseguir encher todas as vasilhas", queixou-se o trabalhador rural. "Pior, é no dia que a gente não consegue uma gota de água sequer", complementa o aposentado Antônio Pereira.
"Eu perdi a rocinha toda que plantei com os meus filhos, o sol secou tudo. Não sobrou nada", disse Pereira.
Para abastecer os habitantes das comunidades de Caatinguinha, Tupiaçu, Lagoa Seca e Morro de Pedra, a prefeitura do município tem recorrido a um trator equipado com tanque com capacidade para cinco mil litros de água. "O tanque é cheio com a água do Rio Paraguaçu, para atender essas comunidades em dias diferentes. O percurso em média é de 30 km", informou Charles Oliveira Mascarenhas secretário de Finanças do município. A seca segundo ele tem levado um grande número de pessoas a ir pedir auxílio na prefeitura. "As pessoas estão passando necessidades e a prefeitura tem feito o está dentro das condições do município", enfatizou o secretário.
No comércio local o impacto da falta de chuvas se reflete na queda do movimento de vendas e no aumento do número de inadimplentes. "Numa situação como essa, sem chuvas, o pessoal da roça está parado. Não tem produtos para vender e o dinheiro não corre no comércio", disse João Luiz Silva, dono de uma loja de produtos agropecuários. Segundo ele, o comércio de Cabaceiras do Paraguaçu, está praticamente todo operando no vermelho. "As vendas caíram e as pessoas não estão podendo quitar suas dívidas", disse o pequeno empresário. Adriana Almeida Nunes, proprietária de um supermercado e de uma farmácia também reforça a declaração de João Luiz. "A inadimplência só tem aumentado nos últimos meses. "Os fregueses continuam consumindo, mas estão comprando fiado e demorando a pagar", assinalou a comerciante.
No campo, os pés de mandioca que se salvaram, estão sendo desprezados, os agricultores disseram que o solo endureceu e não compensa gastar para retirar o produto da terra. Para agravar ainda mais a situação econômica do município, até mesmo o preço pago pelos compradores por uma arroba de fumo estava muito abaixo da expectativa dos
agricultores. Segundo o agricultor Pedro Ferreira Lopes, os donos de armazéns só estão pagando R$ 35,00.
O município de Cabaceiras do Paraguaçu foi emancipado de Muritiba em 13 de junho de 1989. O antigo povoado ganhou ares de cidade, com ruas calçadas, serviços de saneamento básico, obras de urbanização, serviços públicos, mas não perdeu as características. Na sede do município ainda se pode ver muitas roças, com as pessoas vivendo ainda como se estivessem no campo. A prefeitura é maior empregador do município com cerca de 700 funcionários. O município que arrecada em média, mensalmente, R$ 800 mil, da soma do ICMS e do FPM é habitado por 17.500 pessoas, segundo o censo recente do IBGE.
A poucos metros de distância da sede do município, fica visível o drama da população. A água para beber, em alguns locais só mesmo captados de um minadouro por meio de tubulação e armazenados em tanque de alvenaria e cimento. "Essa tem sido a minha luta de todos os dias para conseguir água para beber e tomar banho", contou o aposentado Antônio Pereira Santos, morador da comunidade do Jacarezinho, enquanto enchia um vasilhame de plástico. Esperar pacientemente que todas as vasilhas que transporta numa carroça fiquem cheias de água para molhar um a um os pés de limão da roça do patrão tem sido a rotina do trabalhador rural Antônio Conceição de Jesus. "A situação está muito difícil, com tudo seco por aí. Eu chego aqui às 6 horas da manhã e fico até quase o meio dia, para conseguir encher todas as vasilhas", queixou-se o trabalhador rural. "Pior, é no dia que a gente não consegue uma gota de água sequer", complementa o aposentado Antônio Pereira.
"Eu perdi a rocinha toda que plantei com os meus filhos, o sol secou tudo. Não sobrou nada", disse Pereira.
Para abastecer os habitantes das comunidades de Caatinguinha, Tupiaçu, Lagoa Seca e Morro de Pedra, a prefeitura do município tem recorrido a um trator equipado com tanque com capacidade para cinco mil litros de água. "O tanque é cheio com a água do Rio Paraguaçu, para atender essas comunidades em dias diferentes. O percurso em média é de 30 km", informou Charles Oliveira Mascarenhas secretário de Finanças do município. A seca segundo ele tem levado um grande número de pessoas a ir pedir auxílio na prefeitura. "As pessoas estão passando necessidades e a prefeitura tem feito o está dentro das condições do município", enfatizou o secretário.
No comércio local o impacto da falta de chuvas se reflete na queda do movimento de vendas e no aumento do número de inadimplentes. "Numa situação como essa, sem chuvas, o pessoal da roça está parado. Não tem produtos para vender e o dinheiro não corre no comércio", disse João Luiz Silva, dono de uma loja de produtos agropecuários. Segundo ele, o comércio de Cabaceiras do Paraguaçu, está praticamente todo operando no vermelho. "As vendas caíram e as pessoas não estão podendo quitar suas dívidas", disse o pequeno empresário. Adriana Almeida Nunes, proprietária de um supermercado e de uma farmácia também reforça a declaração de João Luiz. "A inadimplência só tem aumentado nos últimos meses. "Os fregueses continuam consumindo, mas estão comprando fiado e demorando a pagar", assinalou a comerciante.
No campo, os pés de mandioca que se salvaram, estão sendo desprezados, os agricultores disseram que o solo endureceu e não compensa gastar para retirar o produto da terra. Para agravar ainda mais a situação econômica do município, até mesmo o preço pago pelos compradores por uma arroba de fumo estava muito abaixo da expectativa dos
agricultores. Segundo o agricultor Pedro Ferreira Lopes, os donos de armazéns só estão pagando R$ 35,00.
O município de Cabaceiras do Paraguaçu foi emancipado de Muritiba em 13 de junho de 1989. O antigo povoado ganhou ares de cidade, com ruas calçadas, serviços de saneamento básico, obras de urbanização, serviços públicos, mas não perdeu as características. Na sede do município ainda se pode ver muitas roças, com as pessoas vivendo ainda como se estivessem no campo. A prefeitura é maior empregador do município com cerca de 700 funcionários. O município que arrecada em média, mensalmente, R$ 800 mil, da soma do ICMS e do FPM é habitado por 17.500 pessoas, segundo o censo recente do IBGE.