Um
belo livro de iniciação à cultura e sabedoria popular, de Nair Spinelli Lauria.
Quem na infância não brincou de roda? E com ela descobriu que
caranguejo não é peixe? Ou simplesmente atirou o pau no gato? Chegou ao céu pulando de um pé só e se
divertiu jogando pião. Foi pensando em resgatar e registrar como Patrimônio
Imaterial Infantil Brasileiro, que a cantora e pesquisadora Nair Spinelli, a Nairzinha
(como carinhosamente é conhecida), escreveu o livro “Quintal...saudade ou Utopia? ", que será lançado no próximo
dia 24 de agosto, a partir das 18 horas, no Museu Carlos Costa Pinto, no
Corredor da Vitória, em Salvador.
O livro conta a história da Cultura da Brincadeira, em 15
capítulos com 280 páginas. A partir do ano de 1500, situa os índios, como
viviam e vivem, como brincavam, como cantavam e como trabalhavam, qual sua
estrutura de organização social e parte das palavras, brincadeiras, lendas
vivas na nossa cultura até os dias de hoje. Como constatação as brincadeiras
populares são uma herança clara da cultura indígena, dos negros e portugueses.
A autora reuniu cerca de 300 brincadeiras, histórias e canções
com suas respectivas identidades. Nela aparece a história das brincadeiras como
cultura de humanidade, seus caminhos e suas adaptações através dos tempos. Segundo Nairzinha, a publicação desse livro
faz parte do compromisso de devolver as crianças brasileiras, sua brincadeira
através da escola e da família.
Para a Presidente do Conselho Editorial da EDUNEBA, professora
Maria Nadja Nunes Bittencourt, a prática do folclore infantil com as crianças
resgata nossa qualidade de brincantes, nos devolve a alegria das pequenas
coisas. “Nossos olhos vão se encher do brilho das estrelas. Teremos medo
somente do simbólico bicho-papão, do curupira, da mula sem cabeça. Nosso
coração vai esquentar com o toque de outros corações e vamos rir, rir até não
puder mais, de simples e pequeninas coisas” declara.
Nair
Spinelli Lauria (Nairzinha) – Cantora, compositora, assistente social e pesquisadora do
folclore infantil brasileiro há 40 anos. Idealizadora do programa
Cirandando-Brasil que resgata, atualiza e devolve a cultura da brincadeira brasileira
para crianças, seus pais e professores. No presente momento a pesquisadora
possui contextualizadas - do ponto de vista étnico, histórico antropológico e
musical, um acervo de 2.000 peças do folclore infantil brasileiro.