sábado, 5 de junho de 2010

Capela do Engenho da Ponte pede socorro

Monumento religioso construído provavelmente no início do século XVIII, a Capela de Nossa Senhora da Conceição que pertencia aos proprietários do antigo Engenho da Ponte, encontra-se em avançado estado de degradação. Apesar de ainda ser utilizado para algumas funções religiosos pelos católicos da comunidade, o telhado e as paredes estragados demonstram que há muito tempo não se fazem intervenções para a conservação do imóvel.

O telhado estragado provocou a infiltração das paredes internas, que compromete ainda mais a estrutura física do patrimônio No interior do templo que já não possui seus elementos decorativos primitivos, a exemplo do altar, sente-se a umidade do local. Na parte externa, o mato cresce na cobertura e por entre frestas das paredes. Janelas e portas de madeira também estão bastante danificadas pela ação do tempo. Os antigos moradores lamentam o abandono do templo e alimentam a esperança de que as autoridades possam fazer alguma coisa para preservar o monumento.

O Engenho da Ponta ou São Domingos do Ponto das Garças, ou Ponte já passou por muitos donos, mas foi provavelmente no início do século XVIII que a capela Nossa Senhora da Conceição foi construída. O monumento é recomendado pelo Inventário de Proteção do Acervo Cultural - IPAC/Bahia para tombamento estadual, no ano de 1981.
A capela de Nossa Senhora da Conceição, do antigo engenho São Domingos do Ponto das Garças, ou engenho da Ponta, está localizada sobre uma pequena elevação, de frente para o Iguape, onde se domina aquele lagamar . Próximas às águas e a poucos metros de seu frontispício, localizam-se as ruínas da fábrica e casa-grande. Em sua frente estão um cruzeiro e algumas árvores. No fundo, um renque de casas de trabalhadores rurais. O acesso se faz por canoa, partindo-se de Santiago, ou por terra, através de um desvio, em frente ao Engenho Campina, da estrada Opalma / Santiago. Em 1859, a propriedade limitava-se: ao norte, com os engenhos Novo e Santa Catarina; ao sul, com o lagamar; ao leste, com a fazenda Santa Maria Maior; e, ao oeste, com o engenho da Praia ( IPAC, 1981).
No ano de 1859, a propriedade era do Barão de São Tiago, Major Domingos Américo da Silva. Em 1892, três anos após a abolição da escravatura, a fazenda, "por decisão do Procurador Fiscal, de 13-11-1892, não tendo sido arrematado o engenho, este entra para o 'ativo do monte", com todos seus pertences, benfeitorias, terras, máquinas e acessórios, avaliados em 38.152$00"(IPAC, 1981).