sexta-feira, 11 de junho de 2010

Estudante encontrado morto estava acampado CAHL




O estudante universitário Ademir Fernando de Sena, 24, aluno do primeiro semestre o Curso de Cinema da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia),) encontrado morto na margem do Rio Paraguaçu, na manhã de ontem, era um dos acampados do CAHL (Centro de Artes, Humanidades Letras). O universitário segundo, colegas ocupava uma das sete barracas de camping armadas dentro do campus da UFRB em Cachoeira.

Ainda segundo os colegas do universitário, eles decidiram acampar no campus, para chamar atenção da reitoria da Universidade pela falta de assistência a estudantes carentes como Ademir. De acordo com relatos dos colegas, que conviviam com ele no acampamento, o universitário aparentava sofrer de transtornos mentais e alcoolismo. “Ele não era de muita conversa, mas nos últimos dias falava da decepção com o curso que estava fazendo e com a estrutura da universidade”, contou Luiz Gabriel Santos, de Feira de Santana, aluno do primeiro semestre de Ciências Sociais e um dos acampados do CAHL. Ademir foi o autor da frase de uma faixa que identifica o acampamento dos estudantes com a sigla do programa de reunificação da universidade: “Oh ! Reuni, onde estás que não Reuni?”

“Ademir precisava de acompanhamento especializado, nós solicitamos diversas vezes à Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis. Ele só foi atendido uma única vez por uma psicóloga em Cruz das Almas”, denunciou o Luiz Gabriel. A UFRB por meio da assessoria de comunicação informou que o estudante morto integrava um programa de qualificação com direito a uma bolsa. Ainda conforme a assessoria de comunicação, o estudante para obter o benefício teve acompanhamento psicológico e assistência social. A Assessoria de Comunicação também informou que Ademir Fernando “mesmo recebendo a bolsa da universidade permaneceu no acampamento em solidariedade aos demais colegas”.

Os colegas do universitário que foi encontrado morto na margem do Rio Paraguaçu, contam ainda, que o estado depressivo dele havia se agravado nas últimas semanas, depois de o mesmo ter discutido com um dirigente do CHAL. “Ele teve uma crise muito forte, com tosse e febre. Nós o levamos para um médico e passamos a observá-lo com mais atenção, pois temíamos pelo seu estado emocional”, disse Cleiton Cintra Beirão, colega de curso de Ademir e também acampado no CAHL.