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Brasília -
O Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado nesta quarta-feira, reacende as
discussões sobre a regulamentação da Lei Antifumo - que proíbe a prática em lugares fechados - e a necessidade
de conscientização quanto às doenças relacionadas ao tabaco.
A
enfermeira Venilda Feiter tem 51 anos e fuma desde os 17. Ela diz que nunca
teve nenhum problema de saúde por causa do vício, mas já atendeu a vários
pacientes que sofriam de doenças relacionadas ao cigarro. Mesmo vendo o que
outras pessoas sofrem, ela continua fumando: “Eu trabalhei muitos anos em
hospital. Vi muita gente com câncer pulmonar, problema de pleura, esôfago, tudo
isso já vi. Mas, mesmo assim, ainda fumo”.
Para
Feiter, a quantidade de informação que existe hoje ajuda a evitar que mais
pessoas comecem a fumar: “Se, na minha época, alguém tivesse falado o que falam
hoje do cigarro, eu jamais teria fumado. Só que, àquela época, tinha
propaganda, era chique fumar. Se tivesse a restrição que existe hoje, talvez eu
não tivesse começado.”
Assim
como a enfermeira, várias pessoas experimentam o cigarro pela primeira vez ainda
jovens. É o caso de Henrique Luz, 50 anos, que tentou, mas não conseguiu se
livrar do cigarro: “Não é igual a parar de beber. Sem cigarro, você fica
agoniado, muito ansioso. Comecei a fumar aos 11 anos de idade, toda a minha
família fuma.”
Mesmo
quem não fuma percebe, nas pessoas próximas, os problemas que o cigarro causa.
O servidor público Francisco Pedreiras é um exemplo de quem não se sente à
vontade com o vício dos amigos: “Na hora do futebol, eles são os que se cansam mais
rápido. Quando estão fumando por perto, a gente pede que procurem um lugar mais
adequado, porque realmente incomoda”.
A
auxiliar de limpeza Conceição Costa também observa, em uma colega de trabalho,
os riscos causados pelo tabagismo: “Ela sente cansaço, tosse muito, está até
com problema de diabetes por causa do cigarro”. Ex-fumante, ela reconhece que
foi difícil parar de fumar: “Sem ninguém saber, eu fumava escondida no
banheiro”.
Na
lanchonete em que trabalha o vendedor Thiago Silva, quem mais compra cigarros
são mulheres e jovens de 18 a 22 anos. Mesmo assim, o lucro não é satisfatório: "Nós ganhamos uma mixaria
com a venda de cigarros, R$ 0,30 por maço. O lucro é usado para comprar outros
produtos. O meu chefe já avisou que vai parar de vender cigarros no próximo
mês".
O governo
federal arrecadou, em impostos, com a venda de cigarros, R$ 6,3 bilhões em
2011. Em 2012, até julho, já haviam sido arrecadados R$ 3,4 bilhões.
As
informações são da Agência Brasil