terça-feira, 7 de agosto de 2012


                              INCÊNDIO EM CACHOEIRA – TRAGÉDIA ANUNCIADA

O que estava escrito, aconteceu. Em poucos instantes o fogo destruiu no início da noite desta segunda-feira, dia 06 de agosto, o prédio com estrutura dos antigos armazéns  de  fumo  da histórica cidade de Cachoeira(distante 110 km de Salvador). No local funcionava uma sortida loja de móveis e eletrodomésticos, pertencente a um jovem empreendedor cachoeirano. O sinistro poderia surpreender a qualquer um como aconteceu recentemente com o prédio  do Instituto do Cacau na capital na Cidade Baixa. O prédio de linha modernista e tombado pela sua importância arquitetônica pelo IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia)  também não se livrou do sinistro.

Cachoeira, cidade antiga, tombada com o título de Monumento Nacional, há mais  de quatro décadas,  está ainda de pé por sorte ou por proteção de sua padroeira Nossa Senhora dos Rosário e pelos orixás. Repleta de construções antigas, a exemplo do prédio consumido pelas chamas,  com muita madeira velha ressecada pela ação do tempo, propícia para propagação rápida do fogo.  O relevante patrimônio arquitetônico de Cachoeira esperou décadas para  sofrer  importantes intervenções  por parte dos órgãos preservacionistas.  É inegável a relevância das ações do Programa Monumenta do  governo federal, por meio do Ministério  da Cultura/IPHAN, nesse sentido. Mas nem todos os imóveis foram contemplados pelo programa de restauração  do governo.

O que acontece com os prédios antigos da cidade histórica de Cachoeira ocupados por estabelecimento comerciais   demonstra que os riscos são constantes.  Muitos prédios velhos, são     adaptados para  pontos comerciais com aparência de novos. Na realidade, são “maquiados” com a finalidade de   causar uma boa impressão ao consumidor.  O que o freguês não vê são  sistemas de fiação  elétrica antigos, sem  manutenção, fios decapados, assoalhos de madeira carcomida, telhados  com estrutura comprometida, mas cobertos por  forros novos etc.
Sem contar com uma unidade do Corpo de Bombeiros, a população e o patrimônio de Cachoeira  contam  com  sorte e a solidariedade.  A  luta pela implantação de uma unidade do  Corpo de Bombeiros  é antiga. Há cerca de cinco anos, o vereador Júlio Cesar Costa  Sampaio empunhou essa bandeira  chamando a atenção do governo do estado  para a necessidade  do serviço, para atender Cachoeira e também outras cidades próximas da região. Em sua luta, o vereador esteve por diversas vezes na capital  tratando do assunto com  as autoridades competentes.  A implantação de uma  unidade do Corpo  de Bombeiros  foi  autorizada pelo governador Jaques Wagner numa das sessões do dia 25 de Junho, data em que  a sede do governo  é instalada  na cidade.
A proposta inicial do governo  seria uma unidade compartilhada com os municípios de Cachoeira, São Félix, Maragojipe, Conceição da Feira, Muritiba, Governador Mangabeira , Cruz das Almas e Cabaceiras do Paraguaçu .Os gastos com a construção das instalações físicas  seriam partilhados pelos municípios. As   prefeituras petistas de Cruz das Almas e de Maragojipe não aceitaram a proposta.  O projeto  ficou emperrado. O vereador Júlio Cesar Costa Sampaio continuou a sua luta em nome da municipalidade de Cachoeira e das demais cidades do Recôncavo.  O governo do estado acenou com uma nova  proposta: assumir os gastos da construção das instalações. A prefeitura de Cachoeira já fez a doação do terreno. Técnicos já estiveram no local para fazer estudos e elaborar o projeto, sempre acompanhados do vereador Júlio César Costa  Sampaio, que,  nesta segunda-feira, infelizmente  testemunhou  o que sempre alertou da tribuna da Câmara o que poderia vir a acontecer com  Cachoeira. O carro do Corpo de Bombeiros da unidade de Feira de Santana chegou ao local do incêndio  quando quase tudo  já havia sido destruído.   Agora, vamos ver se a guarnição do Corpo de Bombeiros de Cachoeira sai do papel.
  Diante dos fatos  não cabem  ilações, aleivosias  insanas  por parte daqueles que  estão sempre com um cesto de pedras nas  mãos para sair atirando aleatoriamente, escrevendo bobagens até   formulando insinuações descabidas como se uma tragédia escolhesse  vítimas por  sua condição  étnica. Chega  ser hilariante as baboseiras que andam a proferir sobre o incêndio que destruiu  a loja da Rua da Feira.  Mente desocupada, oficina do Satanás.