INCÊNDIO EM CACHOEIRA – TRAGÉDIA ANUNCIADA
O que estava escrito, aconteceu. Em poucos instantes o fogo
destruiu no início da noite desta segunda-feira, dia 06 de agosto, o prédio com
estrutura dos antigos armazéns de fumo
da histórica cidade de Cachoeira(distante 110 km de Salvador). No local
funcionava uma sortida loja de móveis e eletrodomésticos, pertencente a um
jovem empreendedor cachoeirano. O sinistro poderia surpreender a qualquer um
como aconteceu recentemente com o prédio do Instituto do Cacau na capital na Cidade
Baixa. O prédio de linha modernista e tombado pela sua importância
arquitetônica pelo IPAC (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia) também não se livrou do sinistro.
Cachoeira, cidade antiga, tombada com o título de Monumento
Nacional, há mais de quatro
décadas, está ainda de pé por sorte ou por
proteção de sua padroeira Nossa Senhora dos Rosário e pelos orixás. Repleta de
construções antigas, a exemplo do prédio consumido pelas chamas, com muita madeira velha ressecada pela ação
do tempo, propícia para propagação rápida do fogo. O relevante patrimônio arquitetônico de
Cachoeira esperou décadas para sofrer importantes intervenções por parte dos órgãos preservacionistas. É inegável a relevância das ações do Programa
Monumenta do governo federal, por meio
do Ministério da Cultura/IPHAN, nesse
sentido. Mas nem todos os imóveis foram contemplados pelo programa de
restauração do governo.
O que acontece com os prédios antigos da cidade histórica de
Cachoeira ocupados por estabelecimento comerciais demonstra que os riscos são constantes. Muitos prédios velhos, são adaptados para
pontos comerciais com aparência de novos. Na realidade, são “maquiados” com
a finalidade de causar uma boa impressão ao consumidor. O que o freguês não vê são sistemas de fiação elétrica antigos, sem manutenção, fios decapados, assoalhos de
madeira carcomida, telhados com
estrutura comprometida, mas cobertos por
forros novos etc.
Sem contar com uma unidade do Corpo de Bombeiros, a
população e o patrimônio de Cachoeira
contam com sorte e a solidariedade. A luta
pela implantação de uma unidade do Corpo
de Bombeiros é antiga. Há cerca de cinco
anos, o vereador Júlio Cesar Costa Sampaio
empunhou essa bandeira chamando a
atenção do governo do estado para a
necessidade do serviço, para atender
Cachoeira e também outras cidades próximas da região. Em sua luta, o vereador
esteve por diversas vezes na capital
tratando do assunto com as
autoridades competentes. A implantação de
uma unidade do Corpo de Bombeiros
foi autorizada pelo governador
Jaques Wagner numa das sessões do dia 25 de Junho, data em que a sede do governo é instalada
na cidade.
A proposta inicial do governo seria uma unidade compartilhada com os
municípios de Cachoeira, São Félix, Maragojipe, Conceição da Feira, Muritiba,
Governador Mangabeira , Cruz das Almas e Cabaceiras do Paraguaçu .Os gastos com a
construção das instalações físicas seriam
partilhados pelos municípios. As prefeituras petistas de Cruz das Almas e de
Maragojipe não aceitaram a proposta. O
projeto ficou emperrado. O vereador
Júlio Cesar Costa Sampaio continuou a sua luta em nome da municipalidade de Cachoeira
e das demais cidades do Recôncavo. O
governo do estado acenou com uma nova
proposta: assumir os gastos da construção das instalações. A prefeitura
de Cachoeira já fez a doação do terreno. Técnicos já estiveram no local para
fazer estudos e elaborar o projeto, sempre acompanhados do vereador Júlio César
Costa Sampaio, que, nesta segunda-feira, infelizmente testemunhou
o que sempre alertou da tribuna da Câmara o que poderia vir a acontecer
com Cachoeira. O carro do Corpo de
Bombeiros da unidade de Feira de Santana chegou ao local do incêndio quando quase tudo já havia sido destruído. Agora, vamos ver se a guarnição do Corpo de
Bombeiros de Cachoeira sai do papel.
Diante dos
fatos não cabem ilações, aleivosias insanas
por parte daqueles que estão sempre
com um cesto de pedras nas mãos para
sair atirando aleatoriamente, escrevendo bobagens até formulando
insinuações descabidas como se uma tragédia escolhesse vítimas por sua condição
étnica. Chega ser hilariante as baboseiras
que andam a proferir sobre o incêndio que destruiu a loja da Rua da Feira. Mente desocupada, oficina do Satanás.