Adeptos do candomblé de diversos municípios do Recôncavo baiano se reúnem neste domingo, dia 10, em Cachoeira cidade histórica distante 110 km de Salvador, para o ritual coletivo do presente para Iemanjá e todas as demais divindades que habitam e protegem as águas a exemplo de Oxum e Nanã.
Estão sendo aguardados os mais importantes zeladores de casas de santo das nações ketu, jêje mahi, angola, nagô e ijexá para cerimônia que a cada ano atrai um grande número de adeptos das religiões de matrizes africanas, populares e visitantes. Para realizar a cerimônia, os organizadores contam com o apoio da prefeitura de Cachoeira, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo que, além de oferecer toda infra-estrutura para o evento, ainda disponibiliza o transporte dos babalorixás, yalorixás e filhos de santo dos terreiros de candomblé das cidades vizinhas.
"Geralmente, cada uma dessas casas realizam seus rituais individualmente, em datas diferentes, mas esta oferenda coletiva necessita do apoio da prefeitura, pois são muitas pessoas que participam", disse o prefeito de Cachoeira, Fernando Antônio da Silva Pereira(PMDB), para justificar a presença do município no ritual religioso.
Os balaios com as oferendas serão transportados a partir das 16 horas, em canoas e barcos de pequeno porte que partem do Porto de Cachoeira, local onde antigamente desembarcaram milhares de negros africanos para trabalhar como escravos engenhos do Recôncavo. Do porto, as embarcações seguem para o local conhecido como a Pedra da Baleia no meio do Rio Paraguaçu.No local considerado sagrado pelo povo de santo, os balaios serão depositados nas águas do Rio Paraguaçu que sofre a influência das marés.
"Cada terreiro prepara o seu próprio balaio com os presentes, de acordo com os seus princípios, mas também, no barracão armado na Praça Teixeira de Freitas, há balaios para que qualquer pessoa leve a sua oferenda", explica a estudante Maria do Santos, 20, iniciada no candomblé desde os doze.
"O presente coletivo consolida, reafirma e simboliza o candomblé como religião e não apenas como expressão cultural ou "folclore" como se poderia pensar. O fato de entregar presente às águas coloca o candomblé como uma religião ritualística demonstrando a sacralidade e o misticismo que o Recôncavo tem e reverencia aquilo que constitui a sua identidade", diz Celso de Jesus Silva, 30 anos, mestrando em Filosofia contemporânea pela UFBA - Universidade Federal da Bahia.
Antes da saída das embarcações, ogãs alabês dos terreiros que vão participar da cerimônia tocarão o xirê em homenagem aos orixás. Após o ritual religioso, três grupos culturais de Cachoeira vão animar o público presente. O Gege Nagô será o primeiro grupo a se apresentar no palco armado na Praça Teixeira de Freitas. Em seguida, a Esmola Cantada, folguedo de origem religiosa católica faz a sua apresentação. O encerramento da programação cultural será com o Samba de Roda Filhos do Caquende. (foto da festa de 2007, de Jomar Lima).
Estão sendo aguardados os mais importantes zeladores de casas de santo das nações ketu, jêje mahi, angola, nagô e ijexá para cerimônia que a cada ano atrai um grande número de adeptos das religiões de matrizes africanas, populares e visitantes. Para realizar a cerimônia, os organizadores contam com o apoio da prefeitura de Cachoeira, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo que, além de oferecer toda infra-estrutura para o evento, ainda disponibiliza o transporte dos babalorixás, yalorixás e filhos de santo dos terreiros de candomblé das cidades vizinhas.
"Geralmente, cada uma dessas casas realizam seus rituais individualmente, em datas diferentes, mas esta oferenda coletiva necessita do apoio da prefeitura, pois são muitas pessoas que participam", disse o prefeito de Cachoeira, Fernando Antônio da Silva Pereira(PMDB), para justificar a presença do município no ritual religioso.
Os balaios com as oferendas serão transportados a partir das 16 horas, em canoas e barcos de pequeno porte que partem do Porto de Cachoeira, local onde antigamente desembarcaram milhares de negros africanos para trabalhar como escravos engenhos do Recôncavo. Do porto, as embarcações seguem para o local conhecido como a Pedra da Baleia no meio do Rio Paraguaçu.No local considerado sagrado pelo povo de santo, os balaios serão depositados nas águas do Rio Paraguaçu que sofre a influência das marés.
"Cada terreiro prepara o seu próprio balaio com os presentes, de acordo com os seus princípios, mas também, no barracão armado na Praça Teixeira de Freitas, há balaios para que qualquer pessoa leve a sua oferenda", explica a estudante Maria do Santos, 20, iniciada no candomblé desde os doze.
"O presente coletivo consolida, reafirma e simboliza o candomblé como religião e não apenas como expressão cultural ou "folclore" como se poderia pensar. O fato de entregar presente às águas coloca o candomblé como uma religião ritualística demonstrando a sacralidade e o misticismo que o Recôncavo tem e reverencia aquilo que constitui a sua identidade", diz Celso de Jesus Silva, 30 anos, mestrando em Filosofia contemporânea pela UFBA - Universidade Federal da Bahia.
Antes da saída das embarcações, ogãs alabês dos terreiros que vão participar da cerimônia tocarão o xirê em homenagem aos orixás. Após o ritual religioso, três grupos culturais de Cachoeira vão animar o público presente. O Gege Nagô será o primeiro grupo a se apresentar no palco armado na Praça Teixeira de Freitas. Em seguida, a Esmola Cantada, folguedo de origem religiosa católica faz a sua apresentação. O encerramento da programação cultural será com o Samba de Roda Filhos do Caquende. (foto da festa de 2007, de Jomar Lima).