Morreu hoje em Salvador, no hospital São Raphael, o grande político Francisco Pinto, o nosso querido Chico Pinto. Morre e deixa para sempre uma história de luta pela redemocratização do Brasil. Enfrentou e foi perseguido pela ditadura militar, o jovem que ousou dizer não aos militares colocando em risco a sua vida, numa época de obscurantismo. Pagou caro por ter rechaçado nos anos de chumbo, a presença do ditador Pinochet no Brasil. Foi preso e teve o seu mandato de deputado federal cassado. Não se curvou contra as forças reacionárias da ditadura. Foi um lider para uma geração que cresceu num País onde o povo era impedido de escolher seus dirigentes. Foi um combatente sem tréguas do governo de exceção que mergulhou o Brasil nas trevas da falta de civilidade, no país da censura, da falta de garantias asseguradas aos cidadãos num estado de direito democrático. Sofreu, lutou e viu como um crítico a redemocratização do Brasil. A minha geração inquieta nunca vai esquecer os seus emocionantes discursos, a barba longa "cultivada nos porões da ditadura", o gorro de veludo que disfarçava a careca e virou uma marca. Esteve ao lado de Ulisses Guimarães, de Teotônio Vilela, de Mário Covas e de tantos outros na memorável campanha pelas Diretas Já.
Pinto vive em nossos corações.
Um exemplo, uma referência. Viva Chico Pinto!