O público de Cachoeira, cidade histórica do Recôncavo baiano, distante 110km de Salvador, tem até o próximo domingo 27, para ver no Museu de Arte Sacra, a mostra de equipamentos cinematográficos , promovida pelo Ponto de Cultura Terreiro Cultural como parte da Oficina de Audiovisual de pontos de cultura para TVs públicas. O acervo consta cerca de 200 equipamentos reunidos pelo cineasta Roque Araújo. Cada peça exposta conta partes da história do cinema desde os seus primórdios . O memorial mostra a evolução dos equipamentos utilizados para captação de imagens e edição da era analógica à digital. Modernas filmadoras e moviolas estão ao lado de exemplares das práticas Super 8 que muito contribuíram para despertar talentosos cineastas. Raridades como um antigo cinematógrafo de origem francesa despertam a curiosidade dos visitantes. " É maravilhoso poder tocar nestas máquinas e saber que elas foram utilizadas por pessoas importantes que fazem ou fizeram relevantes obras cinematográficas ", disse em tom emocionado o professor Ariston Eduão, do Ponto de Cultura Ciber Parque Anísio Teixeira da cidade de Irecê. "Esta é a primeira vez que tenho contato visual e a chance de manusear equipamentos cinematográficos. Estou radiante com a diversidade desta exposição", comentou o artista plástico Elielson Barbosa, de Ipirá. "A maioria das pessoas não faz idéia da parafernália que é usada para fazer um filme. Esta exposição nos dá a dimensão do trabalho daqueles que estão por trás das câmeras", observou Volney Menezes, que é documentarista e professor de história na cidade de Feira de Santana. O estudante cachoeirano Leonardo Mascarenhas um dos visitantes da mostra que não escondeu a satisfação pelas descobertas que disse ter feito em contato com os equipamentos expostos. "Tudo aqui é impressionante, e o que mais me chamou a atenção, foi a evolução dos equipamentos ao longo dos anos", disse.Quem tiver a oportunidade de visitar a mostra, poderá assistir documentários de autoria de Roque Araújo, a exemplo do filme No Tempo de Glauber, com cenas dos bastidores do último filme do cineasta baiano, A Idade da Terra. Roque Araújo começou a fazer cinema em 1957 trabalhando com o cineasta baiano Roberto Pires autor de Redenção. No mundo do cinema Roque Araújo conta com orgulha que já fez quase tudo. Trabalhou como montador, eletricista, técnico de som e esteve presente na maioria das obras de Glauber Rocha de quem era também um grande amigo. Para Roque, a realização da exposição do memorial de equipamentos cinematográficos em Cachoeira, cidade que abriga um curso de cinema no campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia-UFRB , "é uma excelente oportunidade para a troca de experiências e conhecimentos com os estudantes e o público em geral. Dentre os equipamentos expostos em Cachoeira até domingo, destacam-se entre outros, a máquina utilizada por Glauber Rocha para filmar o seu primeiro documentário, O Pátio, uma câmera de origem alemã da época da II Guerra Mundial, projetores, mesas de edição .