quinta-feira, 24 de abril de 2008

Técnicos do Iphan reunidos em Cachoeira

Será encerrada amanhã (sexta-feira 25), em Cachoeira, a reunião iniciada quarta-feira com o presidente do Iphan - Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, Luiz Fernando d'Almeida e coordenadores, superintendentes e assessores do órgão de todos os estados brasileiros. Esta é a primeira vez que a cidade histórica do Recôncavo baiano, tombada pelo Iphan como Monumento Nacional, distante 110km de Salvador, acolhe a reunião da presidência e de todo pessoal da estrutura do órgão responsável pela preservação do patrimônio material e imaterial do Brasil.
Cachoeira foi eleita para a realização do encontro, segundo Luiz Fernando, por representar atualmente um dos maiores desafios no país na recuperação do patrimônio arquitetônico com as ações do Programa Monumenta do Ministério da Cultura com financiamento do Bid-Banco Interamericano de Desenvolvimento e contrapartida dos governos federal e estadual. O Monumenta está investindo R$ 30 milhões na recuperação do patrimônio de Cachoeira. Estão sendo restaurados prédios públicos, igrejas e imóveis particulares, além da requalificação urbana da orla fluvial e construção do campus da UFRB-Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.
O presidente do Iphan adiantou que o próximo passo do Programa Monumenta em Cachoeira será a revitalização da área do Centro Histórico, próximo ao antigo Cais da Bahiana, com a proposta da implantação de cursos de técnicas de construção tradicionais em parceria com o Ministério da Educação. Ele informou que as obras de construção do campus da UFRB no quarteirão da Leite Alves deverão estar concluídas ainda este ano. Luiz Fernando também adiantou que o Programa Monumenta vai investir na restauração de imóveis antigos para residência universitária de estudantes da UFRB. No encontro interno e de caráter técnico, os participantes estão discutindo entre outros temas relativos às políticas preservacionistas, as propostas de novos instrumentos de proteção do patrimônio cultural brasileiro, o conceito de paisagem cultural e normatizações urbanísticas.
Os dirigentes e técnicos discutem a atualização conceitual e novos instrumentos de preservação, com objetivo de atender as demandas da sociedade cada vez mais interessada em preservação da memória. "O Iphan não pode mais ficar restrito às políticas de preservação do patrimônio federal", explicou Luiz Fernando d'Almeida. Para o presidente do Iphan, o maior desafio do órgão, será a construção de um sistema nacional de preservação que envolva a sociedade civil e os governos federal, estadual e municipal. "Não adianta intervenções preservacionistas nos sítios históricos sem a participação de outros parceiros importantes como a sociedade" observou. A questão da sustentabilidade do patrimônio é um dos grandes desafios da política de preservação nacional. Na opinião do presidente do Iphan, esta questão está diretamente relacionada à educação. "Preservar tem que ser um processo educativo e deve ainda agregar valor aos bens culturais". Para Luiz Fernando, o processo educativo permite que as pessoas conheçam mais sobre a história dos locais que visitam; a importância e a ligação que estes bens têm com a comunidade e a nação brasileira. O presidente do Iphan destacou ainda que o avanço nos últimos anos nas práticas preservacionistas. Ele cita que o orçamento destinado pelo governo brasileiro para a preservação do patrimônio nacional é maior do que há três anos.
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