A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da
Bahia (SINJORBA) protesta veementemente conta a demissão de Aguirre
Peixoto, que, já é alvo de ações judiciais, criminais e cíveis, por
sua coragem em denunciar erros e atentados contra o meio ambiente na
cidade de Salvador em reportagens publicada sobre a construção do
Centro Tecnológico do Governo do Estado, na Avenida Luis Viana Neto
(Paralela), numa forma de punição por enfrentar forças tão poderosas.
Agora vem o golpe final, desferido justamente pelo Jornal A TARDE, a
empresa a que inicialmente autorizou a publicação do material e que
deveria protegê-lo de todas as formas para que não maculasse sua
história quase centenária, como representante dos interesses da
sociedade baiana.
Fazer jornalismo é uma opção muito difícil na vida de qualquer pessoa,
apesar de todo o glamour que cerca nossa profissão. É preciso ter uma
paixão incrível pela vida, pelos indivíduos e principalmente pela
verdade. E nem sempre a retorno é agradável e positivo, fazendo com
que muitos desistam.
Nos últimos anos a redação de A TARDE vem sofrendo todo tipo de
pressão interna, como o objetivo de adequar a reportagem a interesses
comerciais e de marketing. Nada poderia estar mais distante do que
fazer o bom jornalismo, onde precisamos nos colocar ao lado dos reais
interesses da sociedade. Nessa batalha vimos muitos bons colegas serem
retirados sob os mais variados argumentos. Mas, para a surpresa dos
encarregados de comandar essa operação de aviltamento e acovardamento
dos jornalistas, a cada nova leva de jovens contratados, difícil é não
encontrar quem não tenha em si o gérmen da busca constante pelo que é
certo e pelo que atenda ao real interesse da sociedade.
Agora, retiram da redação um desses novos colegas, numa demonstração é
preciso cortar rebentos cada vez mais novos, contaminados pelo bom
fazer jornalístico que inclui as palavras ética, coragem,
profissionalismo. Ninguém abraça essa profissão para ter uma vida
normal, mas sim para fazer a diferença num mundo onde o individualismo
pesa, mas onde nunca foi tanto necessário combater as pressões
comerciais e publicitárias que tentam modificar nosso jeito de viver,
sem pesar as consequências para nosso futuro próximo.
Nosso colega Aguirre Peixoto está passando pela prova de fogo que
todos nós jornalistas, passamos em algum momento de nossas vidas e sai
vitorioso, preparado para as novas batalhas, que, como profissional
competente que vem se mostrando, buscará a cada momento de sua
trajetória profissional que está apenas começando.
Salvador, 08/02/2011.