Texto da Jornalista Samuelita Santana
"Com uma trajetória política forjada nas embates sindicais e apoiada por combativas classes trabalhadoras, foi inacreditável ver a passagem do governador Jaques Wagner pelos corredores das comemorações da Independência da Bahia. O 2 de julho. Meu estado foi de perplexidade. A música que editou a trilha sonora do seu rápido e acelerado desfile, soou constrangedora. Não apenas porque ecoava de vocais... populares. Mas de corais formados pelas hostes que o consagrou. O elegante jeito Wagner de ser e governar - que inclusive elogiei no início de seu mandato em artigo publicado no Letras de Plantão (www.letrasdeplantao.blogspot.com) pareceu-me ter se esvaído entre o ensurdecedor barulho que transformou a passarela do 2 de Julho numa trincheira de guerra
Posicionada num degrau de um dos antigos casarões da Lapinha, de caneta e bloquinho na mão, pronta para iniciar as anotações jornalísticas que comporiam as cenas da minha matéria, entresteci. Entresteci ao ver, de lampejo, entre os urros e o empurra, empurra da saída do cortejo, o rosto contraído do governador. Fiquei me perguntando onde ele começou a errar. Errar no cuidado e zelo com a sua imagem, história e, sobretudo, na eficácia de manter em nível positivo a grata satisfação das classes que o elegeu. Presenciando as cenas "pazzesca" daquela suposta Independência da Bahia, conclui num suspiro: Wagner anda muito mal assessorado. O seu staff de comunicação, cerimonial e imagem, errou tudo. Da antecipação desastrosa ao curral segregador, do início acelerado ao final da festa. Restou-me a triste contemplação de ver o brilho de uma estrela, amortecer em seu próprio céu!"