Com
mais de 70 filmes distribuídos em oito dias de programação em Salvador e
Cachoeira, o Panorama Internacional Coisa de Cinema começa sua oitava edição
nesta quinta-feira (25/10). Na primeira sessão, às 20h, no Espaço Itaú de
Cinema - uma dupla de trabalhos inéditos: “Pietá”, do sul-coreano Kim-Ki-Duk e “Jards”,
do brasileiro Eryk Rocha. Ganhador do Leão de Ouro do último Festival de
Veneza, “Pietà” apresenta um homem cruel que é empregado por agiotas com a
tarefa de conseguir, a qualquer custo, dinheiro dos devedores. Mas uma mulher
aparece e diz ser sua mãe, querendo pedir desculpas por tê-lo abandonado. Décima
oitava produção de Kim-Ki-Duk, o filme é um retorno do diretor à ficção após
quatro anos e carrega como marca a intensa violência.
O
documentário de Eryk Rocha, vencedor do prêmio do Júri Jovem de melhor longa-metragem
do Panorama 2011 e recém-premiado no Festival do Rio pela direção de “Jards”, também
foge dos caminhos convencionais. O filme nasceu de um convite de Jards Macalé,
que escolheu o filho de Glauber Rocha para mostrar o processo de produção do
seu álbum mais recente (Jards). Adepto da câmera próxima, em supercloses, Eryk
construiu um documentário sem depoimentos, no qual a música conta toda a
história. Jards Macalé e Eryk Rocha estarão presentes e após a exibição
conversarão com o público sobre a produção.
Às
22h30, começa o show “ArRede – Tempo sem nome” da banda baiana Radiola, com
repertório do CD homônimo lançado em agosto e algumas músicas de trabalhos
passados. Com dez anos de carreira, a
banda - que nos últimos anos passou a ter Nancy Viégas como integrante - se
apresentou duas vezes na Espanha e integra a coletânea Bahia Export, lançada no
final de 2010 na maior feira de world music do mundo (Womex – Dinamarca).
O
Panorama segue até 1º de novembro, com sessões no Espaço Itaú de Cinema –
Glauber Rocha, na Sala Walter da Silveira e no Centro de Artes, Humanidades e
Literatura da UFRB (em Cachoeira, todas as sessões serão gratuitas). A
programação traz filmes de diversos estados brasileiros, além de produções de
outros países, apresentanto à Bahia um cenário consistente da produção
cinematográfica no Brasil. O evento traz sete mostras, entre competitivas e
paralelas, privilegiando filmes inéditos na Bahia e oferecendo ao público local
a oportunidade de ver obras que dificilmente entrarão no circuito comercial de
cinema.
Em todas as mostras
competitivas, tramas de ficção, documentários, produções experimentais e
animações concorrem entre si, gerando boas chances de surpresa nos resultados.
Oito longas-metragens e 28 curtas estão distribuídos nas categorias
Competitiva Nacional de Longas, Competitiva Nacional de Curtas e Competitiva
Baiana. As sessões acontecerão com a presença dos realizadores, que após a
exibição responderão perguntas do público e convidados sobre o filme e a
produção cinematográfica brasileira.
Panorama Brasil, Panorama
Internacional, Mostra Animage e Homenagem à Pornochanchada são as mostras não
competitivas, que vão exibir filmes inéditos como “Pietà”, vencedor do Leão de
Ouro no último Festival de Veneza, “Tabu”, duplamente premiado no Festival de
Berlim, e “A febre do rato”, filme brasileiro indicado ao Prêmio Goya, o Oscar
espanhol.
Os vencedores das categorias nacionais serão
eleitos pelo criador e diretor do IndieLisboa – Festival de Cinema
Independente, o português Miguel Valverde; pela programadora do Buenos Aires
Festival Internacional de Cine Independente e curadora do Festival
Internacional de Cinema de Veneza na América Latina, a argentina Violeta Bava;
e pelo cineasta Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha. O longa vencedor será
premiado com R$10 mil, mesmo valor do prêmio do curta-metragem (prêmio concedido
pelo Irdeb). Todos os vencedores receberão o troféu do VIII Panorama, criado
pelo artista plástico Luís Parras.
Tanto na escolha nacional, quanto na baiana, o júri
é soberano, sendo livre para criar novas categorias, como ocorreu ano passado
quando definiram menções honrosas para filmes e atores. Premiado com R$ 5 mil,
o melhor curta baiano será escolhido pelos cineastas e pesquisadores Glaucia
Soares, Guilherme Sarmiento e Alberto Iannuzzi.