quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Maratona cinematográfica do VIII Panorama Coisa de Cinema começa amanhã

Com mais de 70 filmes distribuídos em oito dias de programação em Salvador e Cachoeira, o Panorama Internacional Coisa de Cinema começa sua oitava edição nesta quinta-feira (25/10). Na primeira sessão, às 20h, no Espaço Itaú de Cinema - uma dupla de trabalhos inéditos: “Pietá”, do sul-coreano Kim-Ki-Duk e “Jards”, do brasileiro Eryk Rocha. Ganhador do Leão de Ouro do último Festival de Veneza, “Pietà” apresenta um homem cruel que é empregado por agiotas com a tarefa de conseguir, a qualquer custo, dinheiro dos devedores. Mas uma mulher aparece e diz ser sua mãe, querendo pedir desculpas por tê-lo abandonado. Décima oitava produção de Kim-Ki-Duk, o filme é um retorno do diretor à ficção após quatro anos e carrega como marca a intensa violência.

O documentário de Eryk Rocha, vencedor do prêmio do Júri Jovem de melhor longa-metragem do Panorama 2011 e recém-premiado no Festival do Rio pela direção de “Jards”, também foge dos caminhos convencionais. O filme nasceu de um convite de Jards Macalé, que escolheu o filho de Glauber Rocha para mostrar o processo de produção do seu álbum mais recente (Jards). Adepto da câmera próxima, em supercloses, Eryk construiu um documentário sem depoimentos, no qual a música conta toda a história. Jards Macalé e Eryk Rocha estarão presentes e após a exibição conversarão com o público sobre a produção.

Às 22h30, começa o show “ArRede – Tempo sem nome” da banda baiana Radiola, com repertório do CD homônimo lançado em agosto e algumas músicas de trabalhos passados.  Com dez anos de carreira, a banda - que nos últimos anos passou a ter Nancy Viégas como integrante - se apresentou duas vezes na Espanha e integra a coletânea Bahia Export, lançada no final de 2010 na maior feira de world music do mundo (Womex – Dinamarca).

O Panorama segue até 1º de novembro, com sessões no Espaço Itaú de Cinema – Glauber Rocha, na Sala Walter da Silveira e no Centro de Artes, Humanidades e Literatura da UFRB (em Cachoeira, todas as sessões serão gratuitas). A programação traz filmes de diversos estados brasileiros, além de produções de outros países, apresentanto à Bahia um cenário consistente da produção cinematográfica no Brasil. O evento traz sete mostras, entre competitivas e paralelas, privilegiando filmes inéditos na Bahia e oferecendo ao público local a oportunidade de ver obras que dificilmente entrarão no circuito comercial de cinema.

Em todas as mostras competitivas, tramas de ficção, documentários, produções experimentais e animações concorrem entre si, gerando boas chances de surpresa nos resultados. Oito longas-metragens e 28 curtas estão distribuídos nas categorias Competitiva Nacional de Longas, Competitiva Nacional de Curtas e Competitiva Baiana. As sessões acontecerão com a presença dos realizadores, que após a exibição responderão perguntas do público e convidados sobre o filme e a produção cinematográfica brasileira.

Panorama Brasil, Panorama Internacional, Mostra Animage e Homenagem à Pornochanchada são as mostras não competitivas, que vão exibir filmes inéditos como “Pietà”, vencedor do Leão de Ouro no último Festival de Veneza, “Tabu”, duplamente premiado no Festival de Berlim, e “A febre do rato”, filme brasileiro indicado ao Prêmio Goya, o Oscar espanhol.

Os vencedores das categorias nacionais serão eleitos pelo criador e diretor do IndieLisboa – Festival de Cinema Independente, o português Miguel Valverde; pela programadora do Buenos Aires Festival Internacional de Cine Independente e curadora do Festival Internacional de Cinema de Veneza na América Latina, a argentina Violeta Bava; e pelo cineasta Eryk Rocha, filho de Glauber Rocha. O longa vencedor será premiado com R$10 mil, mesmo valor do prêmio do curta-metragem (prêmio concedido pelo Irdeb). Todos os vencedores receberão o troféu do VIII Panorama, criado pelo artista plástico Luís Parras.

Tanto na escolha nacional, quanto na baiana, o júri é soberano, sendo livre para criar novas categorias, como ocorreu ano passado quando definiram menções honrosas para filmes e atores. Premiado com R$ 5 mil, o melhor curta baiano será escolhido pelos cineastas e pesquisadores Glaucia Soares, Guilherme Sarmiento e Alberto Iannuzzi.