Se estivesse viva, a sacerdotisa do candomblé Luiza Franquelina da Rocha, a Gaiaku Luiza, estaria completando, nesta terça-feira, 25 de agosto, 100 anos. Para marcar a data, filhos e filhas de santo do terreiro Humpame Ayono Runtoloji, fundando por Gaiaku Luiza há quase seis décadas, no Alto da Levada, em Cachoeira, organizaram uma programação especial que inclui celebração de missa, às 9h, seguida de homenagens póstumas com pronunciamentos. Haverá, ainda, exibição de vídeos sobre a sua vida e inauguração no próprio terreiro do busto da fundadora do Humpame Ayono Runtoloji. Às 12h, será servido um almoço de confraternização para todos os convidados.
Gaiaku Luiza dirigiu a Casa fundada por ela, até o seu falecimento aos 96 anos, em junho de 2005. O Rumpame Ayono Runtólogi foi o primeiro terreiro de candomblé de Cachoeira, terra fortemente marcada pela influência das religiões de matriz africana, a ser inscrito no livro de tombo do Estado da Bahia. Desde dezembro de 2006 o terreiro é tombado como bem cultural pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), o Rumpame Ayono Runtoloji é um dos poucos terreiros de candomblé que seguem a tradição jeje-mahi no Brasil. O espaço religioso do Rumpame Ayono Runtólogi está localizado no Alto da Levada, nº 22, no bairro do Caquende, numa área com árvores sagradas e por onde passa um riacho perene, possui uma casa residencial e um barracão de chão batido para as celebrações do culto, como manda a tradição jeje mahi.
O Rumpame Ayono Runtólogi mantém a tradição do culto aos voduns, as divindades jeje que, na nação ketu são denominados de orixás. O culto aos voduns foi trazido para o Brasil pelos escravos oriundos do antigo reino de daomé, hoje Benin e tem como idioma o fon ou ewé. A sucessora da Gaiacu Luiza, Regina Maria da Rocha, é enfermeira aposentada, formada pela Universidade Federal da Bahia, e sobrinha da fundadora do terreiro.
Em seu livro Gaiaku Luiza e a Trajetória do Jeje-Mahi na Bahia o autor Marcos Carvalho narra que Luiza Franquelina da Rocha nasceu em 25 de agosto de 1909, em Cachoeira, cidade do Recôncavo Baiano. Sua mãe chamava-se Cecília, negra, descendente de escravos e iniciada para Yemonjá em Feira de Santana/Ba, vindo a falecer com 105 anos. Seu pai chamava Miguel, negro, também descendente de escravos e foi confirmado Kpejigàn na Roça de Ventura (Xwé Seja Húnde), candomblé djèdjè em Cachoeira, por Gaiaku Maria Ogorensì de Gbèsén.
Ainda de acordo com Marcos Carvalho, Gaiaku Luiza que era bisneta de africano e foi nascida e criada dentro do candomblé aonde chegou a morar dentro da Roça de Ventura. Teve contato com as velhas tias do candomblé que lhe ensinaram muita coisa. Em 1937 Gaiaku Luiza é iniciada para Oyá na nação kétou, no Ilé Ibecê Alaketu Àse Ògún Medjèdjè, do famoso Babalòrisa Manoel Cerqueira de Amorin, mais conhecido como Nezinho de Ògún, ou Nezinho da Muritiba, filho-de-santo de Mãe Menininha do Gantois. Por motivos particulares, após dois anos Gaiaku Luiza se afasta da Roça deste ilustre Babalòrisa. Foi Sinha Abali, segunda Gaiaku a governar a Roça de Ventura, quem viu que Gaiaku Luiza deveria ser iniciada no djèdjè, nação de toda sua família, e não no Ketóu. Assim, encarrega sua irmã-de-santo Kpòsúsì Rumaninha, de sua inteira confiança, a iniciar Gaiaku Luiza no Terreiro Zòògodò Bogun Malè Hùndo, em Salvador. Em 1944 Gaiaku Luiza é iniciada na nação djèdjè sendo a terceira a compor um barco de 3 vodunsì. Seu barco foi constituído por uma Osun, um Azansú e uma Oya."
Gaiaku Luiza dirigiu a Casa fundada por ela, até o seu falecimento aos 96 anos, em junho de 2005. O Rumpame Ayono Runtólogi foi o primeiro terreiro de candomblé de Cachoeira, terra fortemente marcada pela influência das religiões de matriz africana, a ser inscrito no livro de tombo do Estado da Bahia. Desde dezembro de 2006 o terreiro é tombado como bem cultural pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC), o Rumpame Ayono Runtoloji é um dos poucos terreiros de candomblé que seguem a tradição jeje-mahi no Brasil. O espaço religioso do Rumpame Ayono Runtólogi está localizado no Alto da Levada, nº 22, no bairro do Caquende, numa área com árvores sagradas e por onde passa um riacho perene, possui uma casa residencial e um barracão de chão batido para as celebrações do culto, como manda a tradição jeje mahi.
O Rumpame Ayono Runtólogi mantém a tradição do culto aos voduns, as divindades jeje que, na nação ketu são denominados de orixás. O culto aos voduns foi trazido para o Brasil pelos escravos oriundos do antigo reino de daomé, hoje Benin e tem como idioma o fon ou ewé. A sucessora da Gaiacu Luiza, Regina Maria da Rocha, é enfermeira aposentada, formada pela Universidade Federal da Bahia, e sobrinha da fundadora do terreiro.
Em seu livro Gaiaku Luiza e a Trajetória do Jeje-Mahi na Bahia o autor Marcos Carvalho narra que Luiza Franquelina da Rocha nasceu em 25 de agosto de 1909, em Cachoeira, cidade do Recôncavo Baiano. Sua mãe chamava-se Cecília, negra, descendente de escravos e iniciada para Yemonjá em Feira de Santana/Ba, vindo a falecer com 105 anos. Seu pai chamava Miguel, negro, também descendente de escravos e foi confirmado Kpejigàn na Roça de Ventura (Xwé Seja Húnde), candomblé djèdjè em Cachoeira, por Gaiaku Maria Ogorensì de Gbèsén.
Ainda de acordo com Marcos Carvalho, Gaiaku Luiza que era bisneta de africano e foi nascida e criada dentro do candomblé aonde chegou a morar dentro da Roça de Ventura. Teve contato com as velhas tias do candomblé que lhe ensinaram muita coisa. Em 1937 Gaiaku Luiza é iniciada para Oyá na nação kétou, no Ilé Ibecê Alaketu Àse Ògún Medjèdjè, do famoso Babalòrisa Manoel Cerqueira de Amorin, mais conhecido como Nezinho de Ògún, ou Nezinho da Muritiba, filho-de-santo de Mãe Menininha do Gantois. Por motivos particulares, após dois anos Gaiaku Luiza se afasta da Roça deste ilustre Babalòrisa. Foi Sinha Abali, segunda Gaiaku a governar a Roça de Ventura, quem viu que Gaiaku Luiza deveria ser iniciada no djèdjè, nação de toda sua família, e não no Ketóu. Assim, encarrega sua irmã-de-santo Kpòsúsì Rumaninha, de sua inteira confiança, a iniciar Gaiaku Luiza no Terreiro Zòògodò Bogun Malè Hùndo, em Salvador. Em 1944 Gaiaku Luiza é iniciada na nação djèdjè sendo a terceira a compor um barco de 3 vodunsì. Seu barco foi constituído por uma Osun, um Azansú e uma Oya."