segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Uma homenagem aos Babás de Cachoeira


Cachoeira – considerada Monumento Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico e Nacional (IPHAN) – é uma cidade conhecida pela sua história e riqueza cultural. Sua beleza é revelada através do contraste entre o casario barroco restaurado pelo IPHAN e as ruínas das construções, ainda por restaurar, dando-lhe uma paisagem única, que une-se à bela orla do Rio Paraguaçu, que margeia a cidade.

A significativa presença de africanos e afro-descendentes unidas à europeus de várias nacionalidades em Cachoeira, durante o período escravista, é um dos fatores que originou a riqueza e diversidade da cultura popular da cidade. Cultura que é manifesta através da culinária, festas populares, arte e religiosidade – Cachoeira é uma das cidades de maior concentração de terreiros de Candomblés da Bahia.

Por se tratar de uma cidade ligada à sua ancestralidade, a Mameto de Inkisse Madalena do Terreiro Guarani de Oxossi, abre um espaço cultural em seu terreiro, dia 14 de agosto de 2009, destinado a valorizar e resgatar histórias já perdidas no tempo.

O Memorial dos Bàbás de Cachoeira, tem como missão estimular o interesse sobre a pesquisa dos terreiros antigos de Cachoeira e suas histórias, e divulgar essas informações e imagens com o visando estimular na comunidade local o interesse em valorizar sua história.

Para essa primeira fase de pesquisa contou-se com o auxilio do Instituto Cultural Afro Brasileiro – Identidade Brasil, que já desenvolve trabalhos em Cachoeira desde 2006. A presidente e pesquisadora Rosangela Cordaro, recebeu o convite e autorização para participar desse momento inicial na formação do arquivo fotográfico e de documentários, desenvolvendo o projeto com o auxilio de Robson do Sacramento Santana, educador e vice-presidente do Instituto.

Outra participação importante é da Mãe Pequena do terreiro, Márcia Maria Lopes, estudante do curso de Museologia da UFBA, que tem acompanhado todas as pesquisas em campo e desfrutado de uma oportunidade única para uma estudante que já inicia sua formação acadêmica valorizando a cultura e religiosidade afro-brasileira.

Contou-se, também, com a ajuda dos familiares dos pais e mães de santo e membros dos terreiros que disponibilizaram seu pequeno acervo fotográfico e deram depoimentos mostraram-se extremamente significativos, muitos deles emocionantes. Materiais que revelam épocas de solidariedade e caridade onde homens e mulheres largaram seus interesses pessoais para se dedicarem a uma vida de disciplina e fundamentos milenares.

Mãe Madalena, assim conhecida na cidade – de temperamento forte, determinada, filha de OIÁ – coordena o projeto e acompanhou as pesquisas visitando os terreiros, onde é sempre bem recebida, e conduziu todas as entrevistas fazendo as lembranças mais significativas virem a tona.(Texto: Tatiana Tormente)

Inauguração:

Dia 14/08/2009 às 16:00 horas

Rua Guarani, 23 - Alto do Rosarinho

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