SÃO PAULO (Reuters) - O enredo de "Piranha" é bem simples: gira em torno de um amontoado de mulheres seminuas que servem de refeição para os peixes carnívoros. Fora isso, não sobra muito mais do filme, que estreia em circuito nacional em cópias convencionais e 3D e versões dubladas e legendadas.
Um roteiro simplório, assinado por Peter Goldfinger e Josh Stolberg (ambos de "Pacto Secreto"), justifica uma hora e meia desse banquete precário. Para dirigir as garotas com seus gritos histéricos foi convocado o francês Alexandre Aja ("Espelhos do Medo") -- que não tem muito o que fazer com seu elenco humano.
As piranhas, por sua vez, foram criadas digitalmente.
Elisabeth Shue, que em dias melhores fez filmes como "Despedida em Las Vegas" (1995) -- que lhe valeu uma indicação ao Oscar -- é a xerife Julie Forester, que mora e trabalha numa pequena cidade turística, repleta de universitários em férias que só pensam em beber e nadar sem roupa num lago.
Um abalo sísmico abriu uma fenda no fundo do lago e libertou das profundezas as piranhas pré-históricas. Elas estavam isoladas há milênios, mas conseguiram sobreviver. Segundo um especialista, interpretado por Christopher Lloyd (da série "De Volta para o Futuro"), os animais sobreviveram praticando o canibalismo.
Uma equipe de filmes pornográficos também está no lago. Liderados por Derrick (Jerry O'Connell, da série "Pânico"), procuram locações para seus vídeos. Com eles está também Jake (Steven R. McQueen), filho da xerife. Mais tarde, seus dois irmãos pequenos (Brooklynn Proulx e Sage Ryan), unem-se ao grupo por conta de um incidente.
A xerife só percebe que existe algo de muito errado no lago quando uma equipe de estudiosos chega à região para investigar o terremoto. Dois mergulhadores são devorados debaixo d'água. Sobra apenas Novak (Adam Scott, de "Quase Irmãos") que, junto com Julie, tenta salvar os jovens.
Os personagens de "Piranha" são rasos e sem graça e não fazem falta à trama depois de devorados. Centenas de figurantes comparecem apenas para gritar, espernear e tingir o lago de sangue.