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segunda-feira, 30 de maio de 2011
Cachoeira festeja 189 anos de Independência
A histórica cidade de Cachoeira, a 110 km da capital, dá início quarta-feira, dia 1º de junho, as festividades pelos 189 anos de sua Independência de Portugal. As comemorações em Cachoeira também marcam a abertura das celebrações em homenagem ao Dois de Julho no Recôncavo Baiano. Até o Dois de Julho acontecem várias atividades cívicas para comemorar o 25 de junho, a data magna de Cachoeira e a Independência da Bahia.
As festividades começam às 19h, em frente o prédio da Câmara de Vereadores, com a tradicional levada dos mastros por autoridades e populares, para os bairros do Caquende e Ponta da Calçada, onde serão fincados e permanecerão até o final das comemorações. O ato simboliza a delimitação do território livre de Cachoeira do jugo de Portugal, após a proclamação de D. Pedro como príncipe regente e perpétuo do Brasil pela Câmara de Vereadores, em 25 de junho de 1822.
Os cachoeiranos festejam a vitória que a resistência da população conquistou contra as investidas de uma canhoneira lusitana fundeada no Rio Paraguaçu por vários dias, cuja tropa tinha a missão de acabar com o movimento pela libertação da Bahia que agitaram Cachoeira naquele junho de 1822.
A programação cívica que começa no 1º de Junho, relembra os atos heróicos dos cachoeiranos que em 1822 enfrentaram, com armas, os soldados portugueses comandados pelo general Madeira de Melo, que tentava sufocar o movimento insurrecional instalado na então Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira, contra a ocupação dos portugueses. Considerada como a mais importante Vila da Bahia daquela época Cachoeira foi sede das forças revolucionárias que lutaram pela Independência da Bahia.
Pelos feitos heróicos de seu povo, o Imperador D. Pedro I, em 1837, elevou a antiga Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira, à categoria de cidade com a denominação de Heróica Cidade da Cachoeira.
A partir de 1 de junho uma intensa programação acontece até o dia 25 de junho considerada, a Data Magna de Cachoeira. No dia 25 de junho de 1822, a Câmara de Veredores aclamou como regente, o então príncipe D. Pedro. A ousadia dos cachoeiranos não se limitou ao gesto pioneiro daquela Casa Legislativa, os moradores da Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira pegaram em armas para defender a soberania da nação brasileira enfrentando as forças militares do comandante das Armas da Província, brigadeiro Luiz Madeira de Melo que tentava sufocar o movimento inssurecional que se instalara no Recôncavo. Esse momento foi decisivo para unir o Recôncavo até a vitória da Bahia no 2 de Julho de 1823, em Salvador.Cachoeira detém o privilegio de ter dado o primeiro passo no processo de luta que levaria o Brasil se separar politicamente de Portugal. Em reconhecimento a esse feito histórico, em 13 de março de 1837 , a então Vila foi elevada à categoria de cidade com a Denominação de Heroica Cidade da Cachoeira.
Para dar visibilidade a esses feitos que contribuíram decisivamente para consolidação da soberania política do Brasil, os cachoeiranos lutam, agora, para inserir nos currículos das escolas a história da Independência de Cachoeira, valorizando personagens a exemplo de Antônio Pereira Rebouças, Francisco Gê Acaiaba Montezuma, José de Almeida e Arnizáu, Cel. Garcia Pacheco Moura Pimentel, comandante do Regimento da Cavalaria Miliciana, o padre José Marcelino de Carvalho, Rodrigo Antônio Falcão Brandão. Muitos destes foram homenageados com nomes de ruas e até de escolas. Porém, parte significativa da população, infelizmente, ainda desconhece a importância desses personagens para a história da Bahia e do Brasil.
Em 1999, a então deputada estadual e atual senadora da República, a cachoeirana Lídice da Mata, apresentou Projeto de Lei, propondo a transferência simbólica da Capital do Estado da Bahia, para a cidade de Cachoeira, a cada 25 de junho como homenagem à resistência histórica do povo cachoeirano. Há quatro anos, inspirado no projeto de Lídice da Mata, o governador Jaques Wagner encaminhou projeto à Assembleia Legislativa, tornando, assim, Cachoeira capital simbólica da Bahia no dia 25 de Junho.