segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mudança de sede da Desenbahia abre espaço para projeto da Odebrecht



A Desenbahia (Agência de Fomento do Estado da Bahia) vai mudar de sede. Instalada atualmente na Avenida Tancredo Neves, próxima à Universidade Salvador (Unifacs) e ao Jornal A Tarde, a Desenbahia deve se transferir para um outro imóvel no prazo de 12 meses. A expectativa é que a futura sede esteja localizada em área próxima ao atual endereço, considerado o centro financeiro de Salvador. A nova sede deverá ter capacidade para atender um fluxo de cerca de 500 pessoas/dia, área útil entre 4,5 mil a 6 mil m² e garagem com capacidade, mínima, para 200 veículos. Um edital nesse sentido foi publicado no último sábado, 28, e no qual constam as característica do espaço a ser adquirido pelo governo.

A mudança da sede da Desenbahia pode ser o primeiro passo para viabilizar o megaprojeto imobiliário que a Odebrecht planeja para aquela área. Conforme divulgado com exclusividade pelo Gente&Mercado, em fevereiro último, o plano é incorporar o prédio da Unifacs, que pertence à Odebrecht, e as sedes da Desenbahia e do Jornal A Tarde. No caso da Desenbahia, por ser um imóvel público, a venda teria que ser feita por licitação. Leva quem der mais, o que não seria problema para a Odebrecht.

Mesmo admitindo que a oferta do imóvel ao mercado é um dos caminhos estudados pela instituição, o diretor administrativo e de finanças da Desenbahia, Marco Aurélio Cohim, frisa que outras alternativas também vêm sendo analisadas. Uma das propostas é vender o prédio a um “ente” do governo. Negociações nesse sentido teriam sido iniciadas, frisa Cohim, sem revelar nomes nem valores. Mas sabe-se que um terreno de 5 mil m² nessa área não tem valor inferior a R$ 20 milhões.

Segundo o diretor, a venda do prédio da Desenbahia se faz por dois motivos: o alto custo de manutenção – só para trocar o sistema de refrigeração e recuperar a fachadada o gasto seria de R$ 3,3 milhões – e a determinação do Banco Central, que rege a instituição financeira, de proibir que imóvel de próprio uso tenha outra finalidade a não ser a que se destina. Isso quer dizer que a Desenbahia não poderia continuar alocando, em parte de sua sede, outras secretarias, como sempre o fez. Com isso, detaca Cohim, o imóvel ficaria com boa parte de suas instalações sem uso.

Os personagens envolvidos nesta negociação serão conhecidos no prazo de até 60 dias. Até lá muitas negociações vão acontecer. Afinal, trata-se de uma das áreas mais caras e cobiçadas de Salvador.(Gente&Mercado