O
procurador geral de Justiça, Wellington César Lima e Silva, recebeu
hoje, quarta-feira, pedidos de representação do Sindicato dos
Jornalistas da Bahia (Sinjorba) e da Associação Bahiana de Imprensa
(ABI) contra programas sensacionalistas de televisão que diariamente
exibem reportagens em que suspeitos de crimes sofrem abusos e graves
violações aos direitos humanos.
O
ponto central discutido na sede do Ministério Público Estadual foi o
programa Brasil Urgente, produzido na Bahia e exibido pela Rede
Bandeirante no qual a repórter Mirella Cunha humilha e oprime um homem
acusado de assalto e de estupro. A exibição revoltou jornalistas,
entidades de classe e cidadãos em geral em todo o Brasil, mas esta uma
prática, que, apesar de vir sendo combatida na Bahia e em outros
estados, não é um fato isolado.
Em
reunião mantida com a presidente do Sinjorba, Marjorie Moura e com os
representantes da ABI, o procurador Wellington César Lima e Silva,
considerou o fato extremamente grave, mas foi consenso entre os
participantes que não apenas a repórter, mas quem editou e autorizou a
veiculação da reportagem deve ser responsabilizado pela prática.
O
MP recebeu pedido do Ministério Público Federal para que apure os fatos
e está reunindo os termos de ajustamento de conduta já firmados pelas
emissoras de televisão e pelos apresentadores para por fim a esta
prática, para verificar se as medidas estão sendo cumpridas. Também
providenciará uma reunião entre os representantes das empresas, das
entidades de classe e do Ministério Público. Sinjorba e ABI, por sua
vez, vão organizar um evento para que o assunto seja amplamente debatido
por profissionais da imprensa e pela sociedade.
Providências