É nas instalações do antigo setor de
embalagens da Fábrica de Charutos Dannemann, que as
diversas manifestações culturais do povo de São Félix tem ali o seu
porto seguro, desde 1984, ano da inauguração da Casa da Cultura Américo Simas.
Naquele espaço, onde outrora homens e mulheres trabalhavam para atender as
demandas da indústria fumageira, a rotina nos dias de hoje é marcada pelo incentivo a arte, a cultura e a preservação da identidade,
também como uma forma criativa de ganhar a vida.
A Casa da Cultura Américo Simas abriga
a Puxada de Rede, uma das mais belas manifestações populares do Recôncavo;bonecos
gigantes e a Burrinha. As oficinas de
capoeira, percussão, dança e os grupos de produção de artesanato e os encontros
dos samba de roda , movimentam diariamente o local. Também é na Casa da
Cultura, batizada pela sua diretora
Beatriz Conceição como a “Casa Mãe”, são realizados ensaios de espetáculos teatrais, a exemplo da encenação da Paixão de
Cristo.
Os figurinos e os cenários dos
espetáculos também são confeccionados no mesmo espaço, que ainda guarda o Carro
da Cabocla, símbolo cívico da Independência da Bahia. Reuniões, eventos, shows,
exibição de filmes, palestras, exposições, cursos fazem parte da rotina da Casa
da Cultura Américo Simas, criada pelo então prefeito de São Félix, Eduardo José
de Macedo.
A “Casa Mãe” reserva ainda um cantinho
sossegado para o mestre Isaías, dar asas a sua imaginação e criar dezenas de
peças com a reciclagem de papel jornal. Ali também, Daniel Moreira da
Conceição, constrói seus barquinhos e
carros de madeira. Beatriz Conceição é a diretora da Casa da Cultura Américo
Simas e a principal guardiã da memória do local. “Aqui é o ponto de referência
das manifestações populares e da criatividade da população de São Félix”, fala
enquanto caminha mostrando cada pedaço
do imóvel. A Casa da Cultura esteve na iminência de fechar as portas entre os
anos 2002 e 2003. Nessa época houve uma intervenção para a recuperação do
telhado que ameaçava desabar”, lembra Beatriz.
“A Casa da Cultura Américo Simas
ainda necessita de restauração, mas
continua com as suas atividades, mesmo enfrentando algumas dificuldades para
seguir como polo irradiador da cultura de São Félix”, conclui a diretora, demonstrando força e determinação para continuar lutando pela revitalização do
local.