Jairo Costa Júnior
Correio da Bahia
Azedou de vez o clima na
cúpula do PT às vésperas da eleição do novo presidente do partido na
Bahia, marcada para amanhã. O estopim para a nova crise foi aceso pelo
deputado federal Josias Gomes, um dos líderes da tendência Construindo
um Novo Brasil (CNB). De surpresa, o parlamentar defendeu abertamente a
candidatura do chefe da Casa Civil do governador Jaques Wagner, Rui
Costa, e garantiu que as correntes mais numerosas da legenda, incluindo a
CNB, já tinham descido o martelo para Rui mesmo antes da escolha da
próxima direção estadual. O que quebraria o pacto firmado no alto
escalão da sigla para que a definição só ocorresse em 30 de novembro.
Integrante de peso da CNB, Gabrielli não gostou nada das declarações do
correligionário. Mas coube ao principal aliado de Gabrielli na
Assembleia, o deputado estadual Rosemberg Pinto, rebater Gomes:
“Defender fechamento de um nome sem o aval do diretório é desprezar a
militância”. No fim da noite de ontem, aliados de Gabrielli asseguravam
que, do jeito que a carruagem está andando, vão brigar por um
bate-chapa.
Máquina de costura
Apesar de Rui Costa
já ser apontado como candidato do PT no comando central do partido,
Gabrielli se movimenta para tentar tirar oxigênio do concorrente.
Negocia intensamente com o deputado federal Nelson Pelegrino para obter
apoio da Esquerda Popular Socialista (EPS), outra tendência petista com
poder de decisão. Busca ainda adesão em nível nacional, através de
costuras com o ex-ministro José Dirceu.