terça-feira, 11 de setembro de 2012

Um destacamento comandado pelo general Rui Falcão é tão apavorante quanto bandido de chanchada







11 de Setembro de 2012 02:15
AUGUSTO NUNES


Sempre orientados pelo Chefe Supremo, o comandante José Dirceu e o general Rui Falcão inquietos com a condenação do tenente João Paulo Cunha reiteraram a ameaça: se a população carcerária continuar incorporando bandidos de estimação, os dois oficiais de Lula mobilizarão o exército companheiro para afastá-los da rota da cadeia. Pode ser o prelúdio da ofensiva final contra a elite reacionária e a mídia golpista, agora acusadas de induzir o Supremo Tribunal Federal a aplicar a lei no julgamento dos mensaleiros.

Nesta segunda-feira, o presidente do PT aproveitou o velório político de João Paulo Cunha, disfarçado de festa de lançamento do novo candidato a prefeito de Osasco, para retomar a discurseira beligerante. Primeiro, qualificou os ministros do Supremo de “instrumentos de poder” a serviço de uma oposição “conservadora, suja e reacionária”. Em seguida, avisou que está em curso outra tentativa de golpe contra Lula e Dilma Rousseff.

Como impedir a consumação da trama costurada pelas mesmas figuras que “arquitetaram a farsa do mensalão”? Convocando para a guerra “a sociedade organizada, as centrais sindicais, os movimentos populares e os partidos políticos do campo progressista”, declamou. Se o novo presidente da CUT não mentiu, a sigla começou a recrutar combatentes no começo de julho. A primeira leva juntara uns três ou quatro. Ainda estavam no aquecimento, mas prontos para engajar-se na Revolta dos Mensaleiros caso o STF optasse por um “julgamento político”.

Fardado com o inevitável paletó escuro, cujas dimensões informam que o dono se acha mais alto e parrudo do que é, Rui Falcão caprichou na bazófia: “Não mexam com o PT. Porque quando o PT é provocado ele cresce e reage”. Cresce coisa nenhuma. Reage coisa nenhuma. Os desdobramentos do mensalão acentuam e escancaram o raquitismo eleitoral que vem devastando o templo das antigas vestais da ética que envelhecem no bordel das messalinas mensaleiras.

Pesquisas promovidas nas 26 capitais atestam que o partido só vai bem em Goiânia. As demais, somadas, vão desenhando um desastre sem precedentes. Coerentemente, o stalinista com jeitão de agente funerário de vilarejo vai presidir um formidável enterro eleitoral. Em vez de mobilizar os militantes que restam para reduzir a conta dos estragos prometidos pelas urnas de outubro, Rui Falcão prefere colecionar bravatas brancaleônicas em parceria com José Dirceu.

Tropas lideradas pelo guerrilheiro de festim, não custa insistir, só conseguiriam matar de rir os inimigos. Um destacamento sob a chefia do general da banda Rui Falcão seria tão amedrontador quanto bandido de chanchada. Para barrar o avanço dos soldados do Movimento Pró-Corrupção, basta colocar no meio do caminho a foto em tamanho natural de um fuzileiro naval americano. Duas fotos fariam os guerreiros de araque recuar em desabalada carreira.