O discurso contra a direita encenado por José Sérgio Gabrielli é desautorizado por sua própria atuação à frente da Petrobrás, caracterizada por programações como a do "conteúdo mínimo", que se expressa na determinação de engordar empresas nacionais inseridas no esquema Lula, mediante encomenda de plataformas, sondas, navios e outros grandes equipamentos pelo dobro do preço internacional, metade da qualidade e três vezes o prazo. O pretexto é assegurar o conteúdo nacional mínimo - e paralelamente desdenha-se quanto ao aumento dos custos dos investimentos e consequentemente da própria produção de energia, insumo básico do desenvolvimento. Sacrifica-se assim, antecipadamente, a competitividade nacional. É desautorizado também por atentados aos interesses da sociedade, como o expresso na volta à petroquimica, que resultou na compra a alto preço, de empresas sucateadas, como a velha fábrica de polipropileno desse grupo em Camaçari (a ex- Polibrasil). À frente da Petrobras, o amigo Zé Sérgio a instrumentalizou a favor do que antes de chamava "burguesia nacional", de acordo com o roteiro nacional-desenvolvimentista elaborado por teóricos como Delfim Netto (da direita) e Maria da Conceição Tavares (da esquerda) irmanados em defesa dessa burguesia. Nada há mais de direita do que a própria Carta aos Brasileiros, que expressa o acordo entre o petê e a Confederação Nacional da Indústria (CNI), e que resultou na própria candidatura de Zé Alencar a vice na chapa de Lula. A gestão de Gabrielli na Petrobras, sob a batuta direta de Lula, deu sequência prática a esse acordo. Nesse esquema, as concessões se sucederam, incluindo a transferência a Eike Batista de um campo do pré-sal que na época se avaliava como o mais produtivo, em detrimento dos interesses da própria Petrobras, que pretendia explorá-lo. Por favor, não venha Gabrielli com esse velho discurso petista de caracterizar os adversários como direitistas, pois nada há mais direitista, de acordo com a própria percepção que o petê pretende impor aos adversários, do que o próprio petê, associado aos interesses pelegos da CUT e outras composições sindicais. Onde ficou o propósito de extinguir o Imposto Sindical, que atrela esse sindicalismo ao Estado, ainda em atendimento aos mandamentos da Carta Del Lavoro, de Mussolini? Fato é que esse sindicalismo atrelado, antes tão denunciado pelo petê, continua sendo cevado pelos mais de 2 bilhões de reais do Imposto Sindical, com o agravante de que sob Lula a bolada passou a ser transferida à pelegada isenta da obrigação, ao menos formal, da prestação de contas ao TCU. Se alguma doutrina hoje caracteriza o petê é a do populismo, mais de direita do que de esquerda. |
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